Samsung pode inutilizar remotamente todas as TVs que vende ao redor do mundo
Usando um recurso conhecido como TV Block, a Samsung tem o poder de inutilizar remotamente qualquer dispositivo vendido ao redor do mundo. A informação foi confirmada pela própria fabricante sul coreana, que embutiu o recurso TV Block em seus produtos — tecnologia que já foi usada pelo menos uma vez.
No começo de agosto, a fabricante emitiu um comunicado afirmando que desabilitou todos os televisores que foram roubados de seu centro de distribuição em Cato Ridge, na África do Sul. Segundo ela, o bloqueio entra em ação no momento em que o dispositivo se conecta à internet após a identificação de seu número de série — nos casos em que isso é feito de forma acidental, é preciso que o consumidor apresente uma prova de compra para restaurar o produto.
“O objetivo da tecnologia é mitigar a criação de mercados secundários ligados às vendas de bens ilegais, tanto na África do Sul quanto além de suas fronteiras. A tecnologia está pré-carregada em todos os produtos de TV da Samsung”, afirmou a companhia em uma nota. Segundo Mike Van Lier, diretor de Consumer Electronics da Samsung South Africa, a solução traz impactos positivos e “também vai ser útil para a indústria e consumidores no futuro”.
Solução gera questionamentos
Enquanto a Samsung aponta a tecnologia TV Block como algo positivo, ela também despertou alguns questionamentos sobre segurança e privacidade. Como a PC Mag aponta, alguns consumidores podem se sentir incomodados sabendo que seus aparelhos podem ser inutilizados remotamente em um momento futuro.
Também há riscos de que não seja a fabricante a responsável pelos bloqueios: caso os sistemas da empresa sejam comprometidos, um atacante pode usar a tecnologia para comprometer milhões de pessoas ao redor do mundo. No momento, a única forma de impedir que isso ocorra é desconectando os televisores da internet — o que inutiliza os recursos inteligentes, como plataformas de streaming, oferecidos por elas.
O Canaltech entrou em contato com a assessoria da Samsung questionando sobre o momento em que a tecnologia passou a ser adotada, e como os consumidores podem descobrir se os modelos que possuem são compatíveis. Nas redes sociais, a publicação feita pela empresa divulgando o recurso tem sido criticada, com muitos consumidores afirmando que optaram por outras marcas após saber sobre o recurso.