O que muda no Twitter depois da compra de Elon Musk?
Especialistas procuram analisar os próximos passos do empresário para a plataforma
A venda do Twitter para o empresário Elon Musk por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 235 bilhões) vem gerando questionamentos de algumas pessoas. Quais as mudanças que o fundador da Tesla deve realizar na rede social daqui para frente?
Primeiramente, uma ação de Musk já foi realizada. Pouco tempo depois da confirmação oficial da compra do Twitter, o empresário demitiu vários funcionários da empresa. Entre eles, estão o CEO Parag Agrawal, o diretor financeiro Ned Segal e a chefe de política legal, confiança e segurança Vijaya Gadde – além do afastamento de Sean Edgett, conselheiro geral da rede.
Enquanto isso, os analistas tentam prever quais serão os próximos passos de Musk para o Twitter. De acordo com informações da reportagem do site Bloomberg, o empresário deixou claro que vai rever a política de “banimento eterno” de usuários que tenham publicado tuítes ofensivos ou de estímulo à violência, incluindo a conta de Donald Trump, ex-presidente dos EUA.
Nesse sentido, “restabelecer a liberdade de expressão” tem sido um comentário constante de Musk em relação aos desejos para o Twitter. Um dos primeiros tuítes do bilionário após a oficialização da compra foi: “o pássaro foi liberto”, referenciando o logo da rede social.
Musk procura acalmar os ânimos entre os anunciantes do Twitter. Segundo ele, as suas medidas na plataforma não significariam “paisagem infernal livre para todos”, mas, sim, um lugar “caloroso e acolhedor”.
Algumas pessoas afirmam que o modelo proposto por Musk pode trazer mais equilíbrio para o Twitter, classificado pelo empresário como “a praça pública digital”, em que os usuários propagam seus pontos de vista de maneira “igualitária”.
Apesar disso, especialistas e acadêmicos apontam que a possível estrutura subestima os riscos de manipulação nas redes. O alerta fica ligado para a expansão de discursos de ódio, desinformações e comentários extremistas.
“Essa ideia é ingênua. É muito mais uma guerra assimétrica, com atores e nações com más intenções atuando nas sombras para manipular a plataforma e ampliar a desinformação”, afirmou Eddie Perez, conselheiro do OSET Institute, em entrevista ao Financial Times.
Além disso, Musk também tem planos para transformar o Twitter em um aplicativo “faz-tudo”, chamado até o momento de X. O empresário indicou que a plataforma passa por uma pressão por melhorias financeiras após ele e investidores “pagarem muito” pela compra. Adicionalmente, os negócios da empresa cresceram lentamente em comparação aos concorrentes nos últimos tempos.
O fundador da Tesla prometeu para investidores que quintuplicaria as receitas do Twitter até 2028 e iria alcançar 931 milhões de usuários nesse período – a plataforma tem atualmente 238 milhões de usuários. Musk garante que o avanço viria com o uso da rede social como meio de pagamento e a implantação de licenciamento de dados e cobrança de assinaturas.
Sobre isso, Musk já afirmou que a empresa deveria depender menos de anúncios no futuro, indicando que, em 2028, a publicidade deve ser 45% das receitas do Twitter, em contraste aos 90% atuais. O empresário também é a favor de criar um tipo de assinatura premium para a plataforma.
Por fim, analistas indicam atenção para os risco geopolíticos após a aquisição. Musk já deu declarações polêmicas sobre a situação política de outras países. Em relação à guerra na Ucrânia, por exemplo, o empresário sugeriu que o país reconhecesse a anexação da Crimeia pela Rússia para encerrar os conflitos, algo que não agradou líderes ucranianos.
Você pode conferir com mais detalhes as opiniões de outros especialistas sobre a compra do Twitter por Elon Musk nessa matéria do Olhar Digital.
Informações via O Globo