IA pode formar memórias como o cérebro humano
Trabalho abre novas possibilidades para sistemas de IA de baixo custo e alto desempenho que aprendem e lembram de informações como os humanos
A chave para criar sistemas de IA mais poderosos passa por compreender como eles aprendem e lembram de informações. Pensando nisso, cientistas do Grupo de Ciência de Dados do Instituto de Ciências Básicas (IBS) aplicaram princípios de aprendizagem do cérebro humano em modelos de inteligência artificial.
Os especialistas notaram uma semelhança impressionante entre o processamento de memória de modelos de inteligência artificial e o nosso cérebro.
A base do estudo foi o receptor NMDA que atua hipocampo cerebral. É ele quem transforma memórias de curto prazo em memórias de longo prazo.
O que é o receptor NMDA?
- O receptor NMDA é como uma porta inteligente que facilita o aprendizado e a formação de memória.
- Quando uma substância química cerebral chamada glutamato está presente, a célula nervosa sofre excitação.
- Por outro lado, um íon de magnésio atua como um pequeno porteiro bloqueando a porta.
- Somente quando esse porteiro iônico se afasta é que as substâncias podem fluir para dentro da célula.
- Este é o processo que permite ao cérebro criar e manter memórias.
As descobertas
Em meio a corrida para criar a Inteligência Artificial Geral (ou AGI na sigla em inglês), capaz de compreender ou aprender qualquer tarefa como um ser humano, está um modelo chamado Transformer.
- Segundo as descobertas da equipe, ele parece usar um processo de controle semelhante ao receptor NMDA do cérebro.
- Esta revelação levou os investigadores a avaliar se a consolidação da memória do Transformer pode ser controlada ou melhorada por um mecanismo semelhante ao do cérebro humano, ou seja, imitando o receptor NMDA.
- Assim como no cérebro, onde as alterações nos níveis de magnésio afetam a força da memória, o ajuste de parâmetros do Transformer para refletir a ação de ativação do receptor NMDA levou a uma memória melhorada.
O que dizem os especialistas
Esta pesquisa dá um passo crucial no avanço da IA e da neurociência. Isso nos permite aprofundar os princípios operacionais do cérebro e desenvolver sistemas de IA mais avançados com base nesses insights
C. Justin Lee, neurocientista diretor do instituto
“Nosso trabalho abre novas possibilidades para sistemas de IA de baixo custo e alto desempenho que aprendem e lembram informações como os humanos”, acrescenta CHA Meeyoung, cientista de dados
A pesquisa está disponível na íntegra aqui.