Golpe do WhatsApp: criminosos usam sistema que ‘caça’ dinheiro do BC em fraudes virtuais; confira
Golpistas vem usando interesse pelo sistema do Banco Central, que está fora do ar, para subtrair cifras de pessoas desavisadas; saiba como se proteger
O sistema do Banco Central que “caça” dinheiro esquecido de instituições financeiras entrou na mira de golpistas. O “Valores a Receber”, assim que foi lançado, registrou tanta procura que acabou tirando o site do BC do ar e só voltará a funcionar na próxima segunda-feira (14).
Mesmo fora do ar, golpistas vêm utilizando a ferramenta para subtrair valores de pessoas desavisadas.
Especialistas da Kaspersky, empresa de segurança cibernética, dizem ter identificado “diversos sites falsos explorando o [sistema do BC]”.
“Os criminosos solicitam nome completo e CPF em troca de uma consulta no sistema do Banco Central, mas vale lembrar que a ferramenta está indisponível”, afirmam os consultores da Kaspersky, em comunicado.
Funcionamento do golpe
Segundo a Kaspersky, o novo esquema é muito parecido aos disseminados via WhatsApp: as vítimas em potencial recebem uma mensagem chamativa enviada pelo app de mensagem que precisa ser compartilhada com 10 contatos para que a vítima tenha o benefício liberado.
No caso do novo golpe, a consulta verifica se há valores a receber e a promessa de saque instantâneo via PIX do montante devido pelo banco.
Ao clicar no link da mensagem fraudulenta, a vítima é enviada para sites falsos que tentam se passar pelo sistema Registrato — um deles ainda traz o logo do Banco Central para tentar transmitir mais credibilidade.
Para realizar a consulta, é necessário informar o nome completo e o CPF. Em ambos os casos, o site sempre mostrará que a vítima tem um valor para receber — entre R$ 1.000 e R$ 4.000. Para realizar o saque, a vítima precisa informar a chave PIX e compartilhar o golpe com amigos via WhatsApp.
Assim acontecem duas ações diferentes, após o compartilhamento: na primeira, o site pede permissão para enviar notificações pelo navegador do celular; em seguida a vítima é enviada para sites que mostram propagandas.
O importante nesse novo golpe é a notificação pois, ao aceitá-la, o criminoso terá um canal direto e poderá se comunicar constantemente com essas pessoas.
Desta forma, o golpista mantém um envio constante de novas mensagens fraudulentas para aumentar a quantidade de vítimas cadastradas.
Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil fez o teste e diz ter recebido, em média, quatro notificações por dia com temas variados dos golpistas.
“Analisando a estrutura usada pelo criminoso, ainda conseguimos encontrar outros golpes chamativos, como um ‘vale gás’, uma ação promocional usando o reality show ‘Big Brother Brasil’ e várias mensagens usando o Pix. Isso mostra como agem esses grupos: escolhem vários temas populares e atiram sem parar esperando um momento de desatenção das pessoas”, diz.