Dados geram muito dinheiro e criminosos só lucram com isso
Novo episódio do Sobre tech! discute a relação dos nossos dados com a grana e como os cibercriminosos só têm a lucrar com isso
Se você tem o costume de sempre ler sites e blogs de tecnologia, certamente já se deparou com algum vazamento de dados. Eles ocorrem por uma série de fatores: seja um erro de configuração em um servidor, um exploit, um golpe de engenharia social.
Mas, algo que precisa ficar claro é que vazamentos de dados não são normais e nem devem ser normalizados. Desde o escândalo do Facebook com a Cambridge Analytica, o assunto “de quem são nossos dados” passou a ganhar mais expressividade. E não é para menos.
Hoje, os dados geram cada vez mais lucros e criam novos negócios. Com eles, criam-se métricas, perfis e são gerados algoritmos que trabalham automaticamente correlacionando todas essas informações.
É por isso que devemos ter cautela com os nossos próprios dados; e, também, por isso que a Lei Geral de Proteção de Dados deverá entrar em vigor em 2020.
Sabendo-se que o uso da internet e os dados se tornaram monetizáveis, convidamos Tales Casagrande, engenheiro de vendas da Trend Micro, para bater um papo sobre o assunto neste novo episódio do Sobre tech!.
“As empresas perceberam que as pessoas que acessavam a internet estavam menos interessada em gastar do que em compartilhar, e que a conexão humana que ela possibilitava podia ser monetizada”.
A frase acima foi retirada do livro “Eterna vigilância”, escrito por Edward Snowden. Depois de publicar informações sigilosas sobre o governo dos Estados Unidos, Snowden se tornou uma voz ativa sobre privacidade na era digital.
Hoje, o que fazemos, é utilizar serviços “gratuitos”. Seja um serviço de armazenamento, uma rede social, uma conta de e-mail. Mas, no caso, pagamos com nossos padrões de uso, com dados pessoais, fotos; na forma como alimentamos tais plataformas e criamos engajamento.
Mas, além disso, os dados realmente se transformaram em dinheiro. Muito dinheiro. Num caso de um vazamento de dados, por exemplo, a coisa é ainda mais complexa. Se um criminoso tem seus dados pessoais (nome completo, endereço, CPF), ele pode realizar golpes de engenharia social, phishing ou até mesmo usá-los como ferramenta para adquirir itens.
Indo além, se seus dados bancários forem expostos, sua vida financeira pode estar arruinada. Também, na mesma linha, se os dados do seu cartão de crédito forem expostos, teremos então um outro grande problema financeiro.
A estimativa da CyberSecurity Ventures é de que, até 2021, o cibercrime cause prejuízos de US$ 6 trilhões globalmente, considerando tanto atividades contra pessoas quanto contra empresas.
No relatório Roundup, a Trend Micro apontou que de 2016 até 2019 o número de ransomwares detectados no Brasil foi de 1,8 bilhão. Indo além, a quantidade de ameaças de e-mail ultrapassou 1,1 bilhão.