Aplicativo permite que entregadores decidam quanto vão cobrar por corrida

O AppJusto está sendo testado com um restaurante e tem seus códigos de programação liberados para uso por pessoas e empresas

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Formado em ciência da computação, Pedro Saulo Andrade sempre trabalhou em empresas de tecnologia. Dentro do setor, ele defendia o open source, ou seja, a ideia de divulgar os códigos de programação de um software para que outras pessoas possam usá-lo. “A Internet surgiu para ser algo descentralizado, mas existe muito monopólio de grandes corporações como Google e o Facebook, que é dono do WhatsApp e Instagram”, afirma.

Na visão de Andrade,  fazer uma empresa com o código livre mostra que a pessoa está disposta a ter concorrência caso não entregue a melhor opção.

Foi com essa ideia que ele criou o AppJusto, aplicativo que quer oferecer uma alternativa aos serviços convencionais de delivery — e tem seus códigos liberados para caso outras pessoas decidam fazer o mesmo. A plataforma começou a ser desenvolvida em julho de 2020 e, por enquanto, está sendo testada em um restaurante de São Paulo. Rogério Nogueira também é sócio da empresa.

“Quando veio a pandemia, ficou muito claro que os entregadores são trabalhadores essenciais e que as plataformas que coordenam o trabalho deles, no geral, têm o poder de definir o valor da mão-de-obra, o que parece algo muito injusto”, afirma Andrade. “Se ele é um trabalhador autônomo, ele deve ter a liberdade de definir o valor do seu trabalho. Quando você precisa dos serviços de um pedreiro ou de um médico, você não diz o quanto ele vai ganhar.”

A ideia é que o entregador defina todas as características do trabalho, como a distância máxima que ele irá percorrer e o valor que irá receber pela corrida. O aplicativo não recebe nenhuma comissão pelo serviço de entrega e o dinheiro é transferido diretamente para o trabalhador. Além disso, a empresa não irá fazer nenhum bloqueio do entregador sem averiguar o motivo e explicá-lo com transparência.

Segundo Andrade, para conquistar o restaurante, o aplicativo está cobrando taxas menores do que a concorrência. Já para atrair o consumidor, a tática do AppJusto, no início, é focar em um público-alvo que já se importa com que o entregador receba uma remuneração justa — e que costuma dar gorjetas.

“No sistema convencional, ninguém está bem. As plataformas falam que têm prejuízo todos os meses e isso é comum porque muitas delas não são saudáveis. Então, temos cuidado para não crescer aceleradamente a qualquer custo”, diz o empreendedor.

O aplicativo já recebeu aporte de R$ 350 mil de investidores-anjos e está disponível para que restaurantes e entregadores façam o cadastro. A expectativa é que ele esteja funcionando completamente em julho deste ano, primeiramente em São Paulo. Depois será expandido para outras cidades e o empreendedor espera que o código da programação do aplicativo seja usado por outras empresas, inclusive de outros países.

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Fonte revistapegn
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