Amazon vai lançar 3.236 satélites, e astrônomos estão preocupados
A Amazon vai enviar 3.236 satélites para a órbita da Terra, como parte de uma megaconstelação chamada Kuiper. O projeto, assim como a constelação Starlink, da SpaceX, visa fornecer internet banda larga ao redor do globo, principalmente em lugares onde há uma carência desse tipo de serviço.
A Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), já aprovou a solicitação da Amazon, que pretende lançar aproximadamente 600 satélites a mais do que há em órbita (ativos) nesse momento. Assim como o Starlink, o projeto tem dimensões descomunais e preocupa astrônomos de todo o mundo.
Megaconstelações de satélites preocupam astrônomos
As megaconstelações de satélites podem se tornar uma tendência entre grandes corporações.
Vários especialistas já haviam reclamado dos satélites da Starlink, por causa de seu brilho intenso, o que prejudica as fotos feitas por astrônomos utilizando equipamentos em solo terrestre. Como esses corpos brilham demais, a luminosidade acaba ofuscando as lentes dos telescópios.
Agora, a notícia do projeto Kuiper caiu como uma bomba para os astrônomos —alguns dias após a SpaceX enviar mais 57 satélites para constelação Starlink. Só esse projeto já conta com quase 600 satélites em órbita.
Para minimizar o problema, a SpaceX tentou usar um revestimento não reflexivo em seus últimos lançamentos, mas essa solução ainda não é totalmente eficaz. Enquanto isso, a Amazon afirmou ao New York Times que “a reflexividade é uma consideração-chave em nosso processo de design e desenvolvimento”.
Atualmente, lançamentos não têm regra
A maior preocupação entre os astrônomos, é que, no momento, não há nenhum tipo de legislação que abranja lançamentos desse tipo (envolvendo a criação de constelações de satélites).
Segundo a astrônoma Michele Bannister, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, não há um órgão da indústria que produza boa cidadania corporativa por parte de todas essas empresas entusiasmadas com esses projetos. Para ela, “é como colocar um monte de aviões e depois não ter controle do tráfego aéreo.”