UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas está lotada, diz Uip
Hospital de referência para doenças como a covid-19 no estado de São Paulo tem 30 leitos de terapia intensiva disponíveis
Referência no tratamento de doenças infecciosas, como a covid-19, no estado de São Paulo, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas está com todos os 30 leitos de UTI ocupados, informou nesta quarta-feira (15), o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, o médico David Uip.
Outros 20 leitos na unidade de terapia intensiva devem ser abertos nas próximas duas semanas.
A equipe da saúde diz que os hospitais públicos já começam a sentir o “estresse” do aumento do número de internações provocadas pela disseminação do coronavírus.
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP registra 73% de ocupação dos leitos de enfermaria e 83% da UTI.
Na zona sul, o Hospital Geral de Pedreira tem ocupação de 71% da enfermaria e de 87% da UTI.
O Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, tem 86% dos leitos ocupados, tanto em enfermaria quanto em UTI.
Ainda na capital, o Hospital São Paulo registrava nesta quarta-feira uma ocupação de 71% das vagas na enfermaria. A UTI da unidade está com 62% de uso.
O Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, na Grande SP, tem taxa de ocupação de 71% da enfermaria e 67% da UTI.
“Mostra claramente já a pressão no sistema público de saúde através da observação de grandes hospitais da região aqui de São Paulo. Hospitais de embate já com um número elevado de doentes, tanto em enfermaria como nas unidades de terapia intensiva”, afirmou Uip.
Em todo o estado de São Paulo, até as 13h de hoje, havia 1.200 pessoas internadas em enfermaria com diagnóstico confirmado de covid-19 e 1.132 em UTI.
Os casos suspeitos, que ainda aguardam o resultado de exames, internados somam 3.663, sendo 37,5% em UTI e o restante em enfermaria.
“A doença é isso mesmo: quando o indivíduo vai para o ambiente de terapia intensiva, ele fica em média 14 dias, isto quando caminha para a cura. Infelizmente, quando ele não evolui bem, este tempo é ainda maior. Isso implica em um resultado óbvio de permanência de mais tempo que o habitual de doente grave de UTI”, explicou o médico.
O número de casos em todo o estado chegou a 11.043 nesta quarta-feira, incluindo 778 mortes.
O aumento dos casos em 24 horas foi de 18% e dos óbitos, 12%, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.
A cidade mais afetada é a capital, com 7.764 registros (558 óbitos). Porém, a equipe que monitora a pandemia alerta para uma “uma clara interiorização do vírus”.
Segundo a secretaria, 199 dos 645 municípios paulistas já registraram casos confirmados de covid-19. Em 78 deles há mortes decorrentes da doença.