Qual é o seu capital solar? Entenda se você já ultrapassou o limite da exposição ao sol
Cuidado com os efeitos devastadores da radiação ultravioleta que se acumulam verão após o verão. No início de nossas vidas, todos nós temos um “capital solar” que encolhe a cada exposição. Ele é maior ou menor de acordo com a nossa herança e a cor da nossa pele: quanto mais melanina, maior a reservas inicial. Mas a cota de todos se esgota a depender do nível de cuidado.
O que resta do seu capital solar?
Não há marcadores biológicos capazes de oferecer uma resposta numérica, como é o caso da hipertensão ou do colesterol, mas nada nos impede de fazer um pequeno cálculo pessoal para saber se nos aproximamos do limite a partir do qual devemos redobrar a cautela.
Ative sua memória para responder: você costuma passear pelo sol sem camiseta e chapéu? Sua pele costumava se bronzeava diferentemente de hoje? Você tem mais queimaduras do que no passado? Esses critérios são bons indicadores da capacidade de suas células produzirem melanina. Se você respondeu “sim” à maioria dessas perguntas, seu escudo natural contra as agressões solares certamente já está bem danificado.
Sinais de aviso
Para refinar sua avaliação, compare a condição da pele localizada nas áreas expostas (dorso das mãos, decote, face) à de áreas protegidas, como a pele da virilha, por exemplo.
Qualquer diferença na aparência é sinal de envelhecimento cutâneo prematuro induzido pelo excesso de sol. “Uma pessoa se expôs de maneira desmedida ao sol tem a pele polvilhada com manchas vermelhas, marrons ou pretas, ou coberta de pequenas manchas brancas, devido à despigmentação local”, diz Jean-Luc Schmutz, presidente da Sociedade Francesa de Fotodermatologia, em entrevista à Marie Claire francesa. Essas marcas são sinais de que sua pele precisa de atenção.
O câncer de pele
Devido ao trauma irreversível do sol,as células da pele também acabam mostrando sinais de ativação. Muitas pessoas de trinta anos apresentam, assim, queratoses actínicas, crostas rosadas e rugosas localizadas especialmente na testa, nariz ou orelhas. Anteriormente reservada para pacientes idosos, essas lesões – características de um capital solar já desgastado – podem ser o ponto de partida do câncer de pele devido à proliferação anárquica de queratinócitos, as células que compõem a epiderme.
Os melanomas, causados pela cancerização dos melanócitos (células que pigmentam a pele), são felizmente menos comuns. Mas eles são mais incontroláveis, pois podem se espalhar pelo corpo na forma de metástases.
“Sua incidência é diretamente proporcional ao número de queimaduras acumuladas durante a infância, período da vida em que a pele é mais vulnerável à radiação”, diz Jean-Luc Schmutz. E os riscos são multiplicados se não redobrarmos a vigilância, mantendo a pele protegida, na sombra, e usando protetor solar com altos fatores (50+).