Humanos consumiam mel há mais de 10 mil anos: o que você precisa saber sobre esse alimento

Durante milênios, o mel era a única fonte de açúcar na alimentação

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O hábito de consumir mel vem de longa data na história da humanidade: os registros mais antigos datam de 8 mil a.C., com pinturas rupestres no sítio arqueológico de Cuevas de Las Arañas, na Espanha, que representam o alimento. Apesar de ser produzido por mais de 20 mil insetos e até por algumas plantas, o mel docinho, viscoso e amarelado que consumimos vem das abelhas do gênero Apis (que estão ameaçadas por conta dos desequilíbrios ambientais). Conheça mais sobre o alimento:

Propriedades
O mel varia de acordo com as plantas que provêm o néctar, o terreno e a espécie de abelha, o que pode alterar cor, aroma e sabor. A coloração mais comum é amarelo-escuro, mas pode variar entre branco e castanho. Quanto mais claro, mais suave em aroma e sabor, porém menos rico em proteínas e sais minerais.

Ele é composto principalmente dos açúcares glucose (32%) e sacarose (38%). O restante da composição é de água (18%), outros açúcares e substâncias. Por causa da baixa concentração de água, acaba sendo uma substância viscosa. A presença de açúcar,no entanto, pode levar à cristalização em temperatura ambiente ao longo do tempo — aliás, essa é uma característica que garante a autenticidade da substância. Por sua composição química, o mel é um alimento imperecível e pode durar milhares de anos se for armazenado corretamente.

Como é produzido
As abelhas produzem o mel com a coleta do néctar das plantas. Ele é usado tanto para alimentar as abelhas que fazem o transporte do néctar até a colmeia, quanto para ser armazenado e consumido pela colônia durante o inverno.

O néctar é uma substância doce produzida pelas flores para atrair insetos, que durante a coleta acabam por fazer a polinização. No caminho para a colmeia, o néctar armazenado no abdôme da abelha passa por reações enzimáticas que quebram seu açúcar em dois açúcares menores (glucose e sacarose). Chegando na colmeia, a abelha deposita essa substância nos favos, onde outras abelhas continuarão o processo de regurgitação e remoção do excesso de água, até formar o mel.

Consumo na história
Durante muito tempo, o alimento foi a única fonte de açúcar para consumo humano. O mel é uma das matérias primas para a possível bebida alcoólica mais antiga do mundo, o hidromel, feita a partir de sua fermentação. A apicultura já era representada em artes do Egito Antigo que datam de 4.500 a.C. — além da alimentação, o mel era muito usado por sacerdotes no processo de embalsamento.

Produção atual
A apicultura hoje é uma atividade agrária amplamente especializada. Da domesticação de abelhas são obtidos o mel e outros subprodutos como o extrato de própolis, a geleia real, o pólen, a cera de abelhas e veneno. O maior produtor de mel do mundo é a China, responsável por 27,5% do volume. O Brasil vem em 11º lugar, com 2,2% da produção (em torno de 39,6 mil toneladas em 2018).

Crise das abelhas
Nos últimos anos, as abelhas têm sido ameaçadas pelo uso indiscriminado de agrotóxicos. Em Santa Catarina, maior exportador de mel no Brasil, 50 milhões de abelhas morreram envenenadas por agrotóxicos somente em janeiro de 2019.

Embora responsáveis pelo mel, a importância das abelhas se deve principalmente à polinização. Estimativas conservadoras afirmam que, sem elas, a produção agrícola mundial cairia em torno de 30% a 40%, afetando diversas culturas, como a abóbora, o girassol, o melão e a maçã.

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Fonte revistagalileu
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