COVID: viajante infectado com cepa indiana passou por 3 cidades brasileiras
No sábado (22), um homem de 32 anos chegou ao Brasil vindo da Índia. Dias depois, foi confirmado que o passageiro estava infectado pela variante indiana (B.1.617.2) do coronavírus SARS-CoV-2. No entanto, ele passou por três cidades até receber o diagnóstico positivo para a COVID-19.
Para recapitular, o homem chegou pelo aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, de um voo com origem na Índia. Para poder embarcar, o viajante precisou exibir um exame do tipo RT-PCR negativo para a companhia aérea, conforme a orientação oficial para a entrada de passageiros no país.
Segundo foi apurado pelo jornal O Globo, ele havia procurado autoridades sanitárias após sentir um mal-estar 72h antes de embarcar para o território brasileiro. Chegando no Brasil, a pessoa não teria notificado o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de São Paulo sobre o quadro de suspeita.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), “o passageiro em questão chegou ao Brasil com teste negativo, assintomático, e a Agência abordou esse passageiro e mais outros 12 viajantes, antes da imigração, e lavrou para todos um Termo de Controle Sanitário do Viajante (TCSV). As informações relativas à chegada de 13 viajantes provenientes de área de risco foram enviadas, na sequência, para o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) nacional e local”.
Ainda em nota da Anvisa, “tanto no preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante (DSV) quanto no Termo de Controle Sanitário, o viajante assume compromisso de quarentena em solo nacional, por ele ser passageiro proveniente da Índia (Portaria 653, de 14 de maio de 2021)”.
Após passagem pela Índia e por Guarulhos, viajante decola para o Rio
Possivelmente com alguns sintomas da infecção pelo coronavírus, o viajante fez um novo exame para a COVID-19, ainda no aeroporto de Guarulhos, em um laboratório privado. No entanto, ele embarcou para a cidade do Rio de Janeiro, especificamente com destino para o Aeroporto Santos Dummont, antes de conferir o resultado do exame. Vale explicar que, para viagens nacionais, não é necessária a apresentação de um teste negativo para a infecção.
Segundo a Anvisa, “o viajante resolveu fazer um teste para COVID-19 em um laboratório privado localizado no aeroporto de Guarulhos e recebeu o resultado positivo para COVID-19 quando já estava no Rio de Janeiro. A Anvisa foi informada do resultado positivo pelo laboratório privado, seguindo o fluxo de informações existentes para casos positivos, e informou as autoridades competentes para que monitorassem o viajante, o que é previsto no plano de contingência”.
Nesse período, o homem passou todo o domingo (23) na capital do Rio e, na segunda-feira (24), foi de carro para Campos dos Goyatacazes (RJ), onde mora. Lá, soube do diagnóstico positivo para a COVID-19. Em seguida, voltou para o Rio, onde ficou hospedado em um hotel para se isolar, segundo o Metrópoles.
Durante este intervalo de tempo, inúmeras pessoas foram potencialmente expostas a essa variante indiana do coronavírus e, provavelmente, não sabem. O que se sabe é que dois acompanhantes foram testados e tiveram o resultado negativo. Além disso, os passageiros que estavam no voo e residem no Rio de Janeiro foram identificados e orientados a ficar em isolamento por 14 dias.
Variante indiana é confirmada em viajante
Na quarta-feira (26), o Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria da Saúde de São Paulo, confirmou que o viajante estava infectado mesmo pela variante B.1.617.2 do coronavírus. Até então, havia apenas uma suspeita sobre qual cepa o homem havia contraído.
Prevendo as consequências dos voos com a Índia, no dia 4 de maio, a Anvisa enviou uma recomendação para o Comitê de Crise para a Supervisão e Monitoramento dos Impactos da COVID-19, coordenado pelo ministro da Casa Civil. No documento, a agência orientava que se proibisse a entrada no Brasil de voos e viajantes procedentes da Índia em função da variante. No entanto, medidas não foram tomadas.
Anteriormente, na última quinta-feira (20), o estado do Maranhão confirmou a presença da cepa no país, mas o caso foi isolado. De acordo com a secretaria de saúde do estado, seis casos foram detectados entre os 24 tripulantes do navio MV Shandong Da Zhi, vindo da China. No entanto, a embarcação está em quarentena.
Fonte: Anvisa, G1, CNN, O Globo e Metrópoles