Pazuello aponta estabilização na curva de mortes por Covid, ‘embora alta’
BRASÍLIA — O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira que tem identificado nas últimas semanas uma estabilização na curva de mortes decorrentes da pandemia do novo coronavírus, embora em patamar alto, mas com indicativo de queda. Ele também citou um “descolamento” nas curvas de contágio da doença e de óbitos. O Brasil tem hoje mais de 2,9 milhões de casos confirmados e 98 mil mortes por conta da Covid-19.
— Temos visto um descolamento entre a curva de contágio e a curva de óbitos. Embora alta, há uma estabilização na curva de óbitos nas últimas semanas, com indicativo de queda — declarou, durante discurso na cerimônia de assinatura da medida provisória que liberou quase R$ 2 bilhões para a produção de possível vacina contra a doença, no Palácio do Planalto.
Pazuello também apontou que os estados da região Sul e “seguindo para a região central do país” estão enfrentando o aumento de casos. E que o número diário de testagens foi ampliado de pouco mais de mil, em março, para mais de 18 mil, em julho. O ministro interino reforçou ainda que o teste auxilia no diagnóstico, mas o médico é “absolutamente soberano” para iniciar o tratamento e prescrever medicamentos já nos primeiros sintomas da doença.
— O aprendizado ao longo da pandemia nos mostra que, quanto mais cedo atendermos o paciente, melhor será a sua chance de recuperação. Isso é uma mudança de protocolos. Estamos propagando dia-a-dia que o tratamento precoce é fundamental. As antigas orientações de ficar em casa aguardando o agravamento dos sintomas e só procurar o médico com falta de ar, isso não funcionou. O que funciona é procurar o médico imediatamente. Sigo o seu diagnóstico. Receba os medicamentos ou compre, tome e fique bom — disse.
Ele comentou que ter UTIs prontas é “apenas um seguro, como se fosse um seguro de carro”, mas que não é para ser utilizado. E afirmou que o governo federal já repassou mais de R$ 24 bilhões excusivamente para o combate ao novo coronavírus, apoiando “firmemente os gestores estaduais e municipais na concretização das ações efetivas para a assistência da população brasileira”. O objetivo, segundo ele, é garantir a ampliação do acesso aos serviços de saúde para a população de forma permanente.
— Estamos em contato com os gestores locais onde a curva de infecção está em queda para trabalhar a manutenção da disponibilidade dos leitos e equipamentos ampliados durante a pandemia — contou Pazuello, citando a distribuição de mais de 8 mil ventiladores pulmonares, que serão doados.