Países europeus suspendem uso da vacina de Oxford; lote não chegou ao Brasil
Nesta segunda-feira (15), a Alemanha também suspendeu, de forma temporária, o uso da vacina Covishield (Oxford/AstraZeneca) contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), enquanto analisa supostos efeitos colaterais da fórmula. Outros países europeus adotaram a mesma medida, como Áustria, Dinamarca, Noruega, Itália e França. Até o momento, não foram encontradas evidências de que o imunizante contra a COVID-19 cause a formação de coágulos.
Na Europa, cerca de 30 casos de eventos tromboembólicos foram registrados e, em comum, estes pacientes receberam uma dose da vacina Covishield. Entre eles, foi notificada a morte de um homem de 50 anos que faleceu na Itália após desenvolver uma condição grave chamada trombose venosa profunda. No entanto, não foram descobertas evidências que liguem os dois fatos (a coagulação e a vacinação). Em paralelo, milhões de pessoas já receberam a fórmula de Oxford/AstraZeneca e não apresentaram reação.
Agências reguladoras defendem segurança da vacina
Diante desta realidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os reguladores europeus continuam a expressar confiança na segurança da vacina Covishield. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou, em comunicado, que “milhares de pessoas desenvolvem coágulos sanguíneos anualmente na UE [União Europeia] por diferentes razões” e que o número de incidentes em pessoas vacinadas “parece não ser superior ao observado na população em geral”.
Responsável pelo desenvolvimento e fabricação da fórmula, a farmacêutica AstraZeneca afirmou, no domingo (14), que não há evidências científicas de qualquer ligação entre o imunizante contra o coronavírus e óbitos em decorrência de coágulos sanguíneos na Europa. No entanto, o continente seguirá observando os casos.
Anvisa esclarece que problema não foi relatado no Brasil
No Brasil, a Agência Federal de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que está acompanhando e buscando informações junto às autoridades internacionais sobre possíveis eventos adversos relacionados ao uso da vacina de Oxford/AstraZeneca. “Nas bases nacionais que reúnem os eventos ocorridos com vacinas não há registros de embolismo e trombose associados às vacinas contra a COVID-19”, esclarece a Anvisa sobre a imunização nacional.
“Embora não haja, até o momento, evidências que apontem relação entre o uso da vacina e a ocorrência dos eventos adversos relatados, o uso do lote ABV5300 foi suspenso na Áustria, Estônia, Lituânia, Letônia e Luxemburgo como medida de precaução. A Dinamarca optou pela suspensão temporária do uso do imunizante”, explica a nota da Anvisa sobre o cenário internacional do uso da vacina Covishield. “O lote que teve o uso suspenso pelas autoridades europeias não veio para o Brasil”, completa.
Fonte: The Guardian e Anvisa