Família de 11 filhos testa positivo para coronavírus: “Foi um momento difícil”

O casal José María e Irene foi o primeiro a se infectar com o vírus e se viu obrigado a cuidar de todos mesmo com os sintomas da Covid-19

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A casa da família Cebrián Gervás, localizada em uma cidade da Espanha, se tornou um verdadeiro hospital em questão de poucos dias logo no início da quarentena recomendada pela Organização Mundial da Saúde. José MaríaIrene e seus 11 filhos foram diagnosticados com o novo coronavírus e ficaram sem poder sair de casa por vários dias, dependendo completamente da ajuda de familiares e vizinhos.

A primeira a testar positivo para a Covid-19 foi a mãe, a enfermeira Irene Gervás, que começou a sentir dor de cabeça, mas não deu importância. Ela pensou que seria uma consequência do estresse do trabalho ou o ritmo intenso das crianças sem escola em casa. Quatro dias depois, os sintomas pioraram, ela passou a ter tosse, febre aguda e dores musculares e o resultado do teste deu positivo.

De acordo com a entrevista cedida ao jornal El Español, não demorou muito para que o marido e os filhos começassem a ter os mesmos sintomas, o que deixou todos apreensivos, pois a mais velha tem 15 anos e o caçula tem apenas um ano.

Passamos momentos de verdadeiro medo. Você vê seu filho tremendo, vomitando e não sabe como ele reagirá. Eu estava muito doente, só pensei em não precisar ir ao hospital porque meu marido estava trabalhando. Ele não poderia vir nos ajudar. Ninguém estava em isolamento ainda. Nunca tive medo na vida até agora e nossa única força para sair do fundo do poço foi a fé”, conta ela.

Os dois são pais de José María de um ano, Helena de 3, Alicia de 4, Irene de 5, Álvaro de 8, os gêmeos Miguel e Manuel de 10, Juan Pablo de 11, Luis de 12, Fernando de 14 e Carmen de 15 anos.

O arquiteto contou ao jornal que toda a situação começou a piorar quando ele começou a sentir falta de ar e Irene estava sem forças para sair da cama.

Nos primeiros três dias tivemos um momento difícil, embora o paracetamol tenha nos aliviado bastante, mas depois de seis dias, quando acreditávamos que já não tínhamos sintomas, uma piora em meu estado aconteceu e eu comecei a ter problemas respiratórios. Minha mulher se sentiu muito cansada, sem poder saia da cama. As crianças estavam com dor de cabeça e  muito vômito, mas em questão de um dia e meio estavam superando; eram momentos de angústia”, disse ele.

O marido ainda narrou que Irene teve uma melhora e conseguiu cuidar de todos da casa com seus conhecimentos de enfermeira. Após 12 dias de quarentena, os sintomas mais intensos começaram a cessar e a vida foi voltando ao normal gradualmente.

Estamos saindo do poço, mas ainda não podemos sair de casa. O médico nos disse que temos muita carga viral e que, se formos à rua, ainda podemos infectar outras pessoas. Teremos que ficar mais duas semanas sem pisar na rua. Eu ainda tenho um pouco de tosse, mas minha mulher já está 100%”, comentou José María.

Durante o período em que estiveram sem contato com o mundo externo, a família Cebrián Gervás dependeu da ajuda de vizinhos e familiares que entravam até a garagem da casa e deixava suprimentos para que eles não passassem fome.

“Seguíamos o mesmo modus operandi: abríamos a porta da garagem, minha sogra entrava com a comida e meu filho, que o apelidamos de ‘secretário de Relações Exteriores’, saía para recolher tudo. Às vezes também tivemos que enviá-lo em uma excursão à farmácia porque o resto não podia sair de casa“, falou o pai.

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Fonte revistamarieclaire
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