Estudo da Fiocruz encontra mutações em variantes do coronavírus no Brasil
O artigo é assinado por 31 pesquisadores e será submetido a um processo de certificação e validação dos pares, que contará com a participação de outros pesquisadores da área
Um estudo elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou mutações das variantes do novo coronavírus que estão em circulação no Brasil. Com isso, a fundação indica que as novas versões podem conseguir escapar, mesmo que parcialmente, da imunidade adquirida pelos indivíduos. No estudo, que foi publicado nessa segunda-feira, 22, a Fiocruz alerta que foram identificadas “mutações preocupantes” em 11 sequências encontradas em cinco Estados: Amazonas, Bahia, Maranhão, Paraná e Rondônia. As amostras foram colhidas entre os dias 12 de março de 2020, no começo da pandemia, e 28 de fevereiro de 2021 e fazem parte da Rede de Vigilância Genômica Covid-19 da fundação. O artigo é assinado por 31 pesquisadores e será submetido a um processo de certificação e validação dos pares, que contará com a participação de outros pesquisadores da área para confirmar os métodos e resultados do estudo.
“Identificamos que linhagens SARS-CoV-2 circulando no Brasil com mutações preocupantes no RBD adquiriram, de forma independente, deleções convergentes e inserções no NTD da proteína S, que alteraram o NTD antígeno-supersita e outros epítopos previstos nesta região. Esses achados apóiam que a contínua transmissão generalizada do SARS-CoV-2 no Brasil está gerando novas linhagens virais que podem ser mais resistentes à neutralização do que as variantes parentais preocupantes”, diz o artigo. Em seguida, o documento diz que é “urgente” a necessidade de verificar a eficácia de vacinas para variantes da doença e reforça o risco da ausência de controle da transmissão do vírus. “Esses achados destacam a necessidade urgente de abordar a eficácia das vacinas SARS-CoV-2 para aquelas variantes emergentes do SARS-CoV-2 e o risco de transmissão comunitária não controlada contínua do SARS-CoV-2 no Brasil para a geração de variantes mais transmissíveis”, afirma o estudo.