Estados Unidos registram recorde de crianças internadas por Covid-19
Diretor dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) acredita que internações estão relacionadas ao aumento da disseminação da variante delta no país
Os Estados Unidos contabilizam 1.450 crianças internadas com Covid-19, o maior número já registrado na pandemia, advertiu neste domingo, 8, o diretor dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), Francis Collins. Em entrevista ao programa “This Week”, da ACC News, Collins disse que o país nunca deveria ter chegado ao ponto atual, com um aumento dos casos da doença devido à variante delta. “Temos vacinas que sabemos que são altamente eficazes e seguras. No entanto, metade do país ainda não está completamente vacinada”, reclamou. Collins frisou que os EUA estão pagando “um preço terrível” em meio ao rápido aumento dos casos, principalmente entre pessoas não vacinadas. “Quase todas as mortes são de pessoas não vacinadas. Agora, são pessoas mais jovens, inclusive crianças. Temos o maior número de crianças em hospitais por Covid-19, 1.450”, comentou. Muitos desses jovens, por serem menores de 12 anos, ainda não foram vacinados. “Mas o resto de nós, maiores de 12 anos, poderia ter feito um trabalho melhor”, argumentou Collins.
Embora tenha indicado que não há “dados rigorosos” que sugiram que a variante delta é mais grave para as crianças, Collins admitiu que está atento à preocupação de pediatras porque neste novo pico da doença “as crianças que estão no hospital são mais numerosas e estão mais gravemente doentes”. Questionado sobre o início do ano letivo, pediu aos pais para que pensem nas máscaras como um “dispositivo médico que salva vidas” e não como uma “declaração política ou uma invasão das suas liberdades”, e disse acreditar que a sua utilização impedirá surtos que forçariam uma volta ao ensino a distância. O presidente da Federação Americana de Professores (AFT), Randi Weingarten, disse à “NBC News” que 90% dos professores do sindicato foram vacinados e admitiu que pode reconsiderar a sua política de outubro sobre a vacinação voluntária dos seus membros.
“Creio que as circunstâncias mudaram e que a vacinação é uma responsabilidade comunitária”, analisou, ao confessar que estava “muito preocupado” com o fato de as crianças com menos de 12 anos de idade ainda não poderem ser vacinadas. Segundo Weingarten, existem “objeções e isenções religiosas e médicas significativas”, que disse serem importantes ao trabalhar na política de vacinação. Como exemplo, citou a decisão do presidente Joe Biden de permitir que as pessoas escolham entre injeções e testes regulares. “Acredito que a combinação de vacinas e máscaras irá proteger os nossos filhos mais novos”, opinou, observando que também é importante trabalhar com os pais. No mesmo programa, o epidemiologista do governo dos EUA, Anthony Fauci, reiterou que não haverá mandato federal para exigir a imunização contra a Covid-19.
*Com informações da EFE