Em 10 dias, mortes por covid-19 praticamente dobram no País
Neste domingo, foram confirmadas 496 novas mortes, um total de 11.123 óbitos, e 6.760 novos casos da doença, atingindo a marca de 162.699 infectados no Brasil.
O número de mortos pela covid-19 praticamente dobrou em um espaço de 10 dias. Em 30 de abril, o país tinha 5.901 mortes, neste domingo (10), são 11.123 — um crescimento de 88%. Nas últimas 24 horas, forma registradas 496 novas mortes e 6.760 novos casos da doença, totalizando 162.699 infectados no Brasil. A taxa de letalidade é de 6,8%.
Segundo o mapeamento do Centro de Recursos de Coronavírus da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, foram confirmados 4 milhões de casos da covid-19 no mundo inteiro e mais de 282 mil mortes, de acordo com dados atualizados neste domingo. O Brasil está em 8º lugar no mundo no número de casos e no 6º lugar no número de óbitos.
Neste domingo, Dia das Mães, o ministro Nelson Teich lamentou a tristeza das mortes em uma data especial. Às mães que choram a perda de seus filhos, ele deixou “meus sentimentos e meu compromisso de fazer o meu melhor para que vençamos rápido essa terrível guerra”.
Hoje, dia 10 de maio, amanhecemos com uma enorme dualidade de sentimentos, que por um lado nos traz a alegria de um dia tão especial como o dia das mães e por outro a tristeza e sofrimento de ter atingido a terrível marca de mais de 10 mil mortes por Covid-19 no Brasil.
— Nelson Teich (@TeichNelson) May 10, 2020
Eu queria deixar aqui uma mensagem de esperança à todas as mães. Aquelas mães e aqueles filhos que estão na linha de frente dessa batalha, trabalhando nos hospitais, farmácias, supermercados, na segurança, nos transportes e em tantos outros serviços essenciais.
— Nelson Teich (@TeichNelson) May 10, 2020
As mortes estão escalonando no País desde o fim de abril. No dia 28, após a confirmação de 474 mortes em 24 horas, o ministro da Saúde, Nelson Teich, reconheceu o agravamento da crise sanitária, mas não anunciou qualquer ação específica. Dois dias depois, ele disse que a política pública não mudaria em função do número de mortes.
Nesta semana, o patamar subiu para 600 óbitos confirmados em 24 horas em 5 de maio e 615 nesta quarta-feira (6). De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, dessas 615, 140 mortes foram nos últimos 3 dias — 11 na quarta, 70 na terça-feira (5) e 59 na segunda-feira (4).
O ministério não divulga informações diárias de atualizadas das mortes ocorridas no dia, apenas mortes confirmadas no dia. De acordo com o diretor de análise da secretaria de Vigilância em Saúde da pasta, Eduardo Macário, apesar de o prazo legal ser de 60 dias, em geral leva de 15 a 30 dias para o ministério receber a informação.
A expectativa é que o número atual de óbitos seja ainda maior devido à demora no resultado dos exames. Como o HuffPost vem noticiando, a lentidão no resultado de testes laboratoriais, que detectam tanto a causa da morte quanto se a pessoa foi contaminada, leva a um atraso nos dados oficiais.
Essa demora também se reflete no número de contaminações no País. Há uma subnotificação de casos confirmados ainda maior devido à limitação de testes de diagnóstico. O exame tem sido direcionado apenas aos casos graves. Desde o início da pandemia no País, a orientação tem sido para que apenas pacientes com sintomas severos procurem o sistema de saúde.
Nesta quarta, Wanderson Oliveira prometeu que a fila de testes pendentes de resultado nos laboratórios será zerada na próxima semana. “Nós vamos zerar a fila de testes. Isso fará com que o número de casos também aumente, porque tem muitos resultados aguardando para serem inseridos no sistema”, disse.
De acordo com o secretário, 93 mil testes aguardavam análise nos laboratórios públicos estaduais até segunda passada. Já as grandes redes privadas tinham mais de 100 mil exames que ainda não haviam sido incluídos no sistema do ministério até terça.