É improvável contrair Covid-19 de alimentos, diz pesquisa
Especialistas afirmam que, até o momento, não há registros de que isso tenha ocorrido
O novo coronavírus ainda é cercado de mistérios. Cientistas do mundo todo realizam testes para tentar entender cada vez mais a doença. O esforço mais recente descobriu que é altamente improvável que alimentos ajudem na transmissão do vírus.
Em um estudo feito por uma equipe de especialistas do Comitê Internacional de Especificações Microbiológicas para Alimentos (ICMSF), poucas evidências foram encontradas de que os alimentos – ou suas embalagens – pudessem transportar o vírus e auxiliar na contaminação.
Anteriormente, pesquisas realizadas pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos revelaram que não há um risco real de contrair a doença dessa forma. A descoberta recente corrobora essa afirmação.
Segundo cientistas, em teoria, pessoas podem comer alimentos que contenham o vírus e, em resposta a isso, contraírem a doença. No entanto, essa possibilidade ainda não foi registrada – pelo menos até então. Apesar disso, especialistas de saúde orientam boas práticas de higiene, principalmente com alimentos.
“Até hoje, não há qualquer evidência de que a comida, embalagem de alimento ou manuseio seja uma fonte ou importante rota de transmissão do Sars-Cov-2, que resulta na Covid-19. Não há alimentos que devam ser considerados de risco ou justificáveis como vetor”, declara a organização em um comunicado divulgado.
Para tentar se proteger de contaminação a partir de alimentos, muitos países decidiram limitar produtos importados e exigir que os que sejam entregues recebam classificação de que estão livres de contaminação após testes. Apesar disso, o ICMSF informa que essas medidas não são de fato necessárias.
Possibilidade
Em março, após uma publicação feita no New England Journal of Medicine, nasceu o medo de que o vírus pudesse ser transmitido a partir de superfícies. No entanto, o que foi mostrado é que, em condições laboratoriais, o vírus pode sobreviver em alguns locais por algumas horas.
Segundo Jamie Lloyd-Smith, especialista que estudou como o vírus se comporta em superfícies, as partículas podem ser detectáveis “por mais de três horas em aerossóis, mais de quatro horas em cobre, mais de 24 horas em papelão e mais de dois ou três dias em plástico e aço inoxidável”.
No entanto, como dito, o que a pesquisa levou em conta é apenas como o vírus se comporta em ambientes laboratoriais, com situações criadas. O estudo não considerou alguns fatores externos que podem ajudar a inativar o vírus, como incidência de luz solar e aplicação de produtos para limpeza, como desinfetantes.
Via: CNN