Covid-19: DF está no pico da pandemia e deve entrar em platô, diz Codeplan

Em coletiva, representantes da Codeplan, da Secretaria de Saúde e da Casa Civil afirmam que DF vai apresentar estabilidade na curva de contaminação nos próximos dias

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O Executivo local convocou uma coletiva, na tarde desta terça-feira (14/7), para comentar a situação da pandemia no Distrito Federal. A equipe, composta por representantes da Secretaria de Saúde (SES-DF), da Casa Civil e da Companhia de Planejamento (Codeplan), informou que o DF vive um momento de platô — quando há estabilização do número de casos — e que, nas próximas semanas, a quantidade de pacientes contaminados e de mortes provocadas pela covid-19 deve cair.

“Segundo as estimativas que temos feito, estamos vivendo o pico. A ideia é que estamos em uma espécie de platô. Não dá para estimar exatamente quando vai iniciar a queda. Mas, até o dia 25 (de julho), a gente mantém esse padrão de crescimento diário que viemos tendo nos últimos dias”, afirmou Jean Lima, presidente da Codeplan.
Lima acrescentou que, em termos percentuais, houve diminuição do número de infectados apesar do aumento nos registros absolutos de casos. Ele disse que a demanda por leitos em unidade de terapia intensiva (UTI) para pacientes com covid-19 manteve estabilidade.
Nos últimos 14 dias, segundo a companhia, houve demanda de 37% por leitos. Na última semana, essa taxa caiu para 13%. “Trabalhamos com a estimativa de, até o dia 25, estar no cenário de estabilidade. Mas não dá para certificar que a partir daí (o número de casos) vai cair. É preciso monitorar semana por semana”, completou Jean.
O presidente da Codeplan destacou que a flexibilização de comércio e serviços não significa a volta às “condições normais”. “Estamos retomando atividades econômicas em condições controladas. É uma situação diferenciada. Não esperamos que haja impacto (no aumento dos casos). Pode haver, sim. Mas não é o que foi observado em outras áreas, (com a abertura de) clubes, parques”, comentou Jean.
Sobre o fechamento de atividades não essenciais em Ceilândia, Pôr do Sol e Sol Nascente, o dirigente da companhia afirmou que, pelas condições sócio-econômicas históricas, a população está “mais vulnerável”. “É preciso ter atenção especial naquela área. Iniciamos a pandemia com o pico no Plano (Piloto), no Lago Sul, e não tinha tanta demanda por hospital público. Então, essas duas regiões (Ceilândia e Por do Sol) demandam muito leito. Por condições de moradia, condições inadequadas, as pessoas ficam mais vulneráveis e precisam de atenção especial”, explicou.

Hospitais e testes

Um dos pontos que o Executivo local usou como justificativa para adotar protocolos de abertura tem a ver com o desrespeito às medidas de isolamento. A taxa, em 25 de maio, estava em 45%. Nas últimas semanas, caiu para perto dos 38%.
O governo alegou que, apesar das liberações, as medidas de fiscalização serão intensificadas. Com a reabertura de bares e restaurantes nesta quarta-feira (15/7), o Executivo local “vai agir com austeridade”, segundo o secretário de Saúde, Francisco Araújo Filho. “Entramos em uma nova fase. Vamos intervir para que as pessoas respeitem a parte delas. A partir de agora, será aplicada multa e as providências serão tomadas, independentemente de que as pessoas gostem ou não”, reforçou.
Em relação aos hospitais de campanha, o próximo a ser inaugurado, segundo o secretário, será o da Polícia Militar. A unidade terá capacidade para 86 leitos. Francisco Araújo mencionou que, no Complexo Penitenciário da Papuda, toda a parte estrutural está pronta. A expectativa é de que haja entrega de leitos na próxima semana.
Quanto ao fim das testagens em sistema de drive-thru, o subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage, disse que não houve interrupção dos exames e que 443 mil pessoas fizeram exames no DF. Ele também descartou a relação de os testes ocorrerem apenas nas unidades básicas de saúde (UBSs) com a desaceleração no ritmo de crescimento dos casos. “(Ela) se dá porque chegamos ao platô e, agora, começa a se observar a diminuição na ocorrência de casos e mortes. Os casos graves, que precisam de UTI, vão ter diminuição mais adiante”, pontuou.

Lockdown e conscientização

Subsecretário de Inovação da Casa Civil, Paulo Medeiro ratificou que o governo local não descarta a possibilidade de fechar estabelecimentos caso as confirmações de covid-19 aumentem. “Temos feito monitoramento diariamente. Acompanhamos casos de minuto a minuto no DF e Entorno. Se necessário lockdown ou pré-lockdown, tenho certeza de que o governador tomará a decisão que for melhor à população“, disse Medeiro.
O subsecretário enfatizou que a população precisa colaborar com o trabalho e disse ser necessário “aprender a conviver com a pandemia”. “Se continuarmos com distanciamento, uso das máscaras, a cidade poderá voltar a ter rotina. O vírus, mesmo que diminua (a transmissão) com o platô, vai viver em nosso meio por um tempo. Temos de nos adaptar a isso. As regras de conviência são extremamente importantes. Vamos lançar campanhas no sentido de alcançar a população que não recebeu essa mensagem”, assegurou.
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Fonte correiobraziliense
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