Colômbia ultrapassa Argentina em ranking de mortes por milhão por covid
País enfrenta 3ª onda da doença em meio à escassez de recursos; bateu 100 mil mortes em 21 de junho
A Colômbia confirmou mais 648 mortes por covid-19 nesta 2ª feira (28.jun.2021), elevando o total de vítimas da doença para 105.326. Com o aumento, o país ultrapassou a Argentina e subiu à 13ª posição do ranking mundial de mortes por milhão de habitantes.
O Brasil está 5 lugares acima da Colômbia no ranking. Ocupa a 8ª posição, com 2.409 mortes por milhão. O Ministério da Saúde brasileiro confirmou nesta 2ª feira mais 618 mortes pelo novo coronavírus, chegando a 514.092 vítimas ao todo.
Segundo informações oficiais do governo colombiano, foram registrados 28.478 novos diagnósticos da covid em 24 horas, sendo 4.187.194 casos ao todo. O país tem 3.880.261 recuperados da doença.
No dia 21 de junho, a Colômbia ultrapassou a marca de 100 mil mortes devido à crise sanitária. Segundo a agência Reuters, o país enfrenta escassez de recursos hospitalares, como medicamentos e oxigênio.
“Começamos a descobrir que em todos os lugares já há escassez de alguns recursos, faltam medicamentos para sedação”, disse, em entrevista à Reuters, César Enciso, coordenador médico de cuidados intensivos do Hospital Infantil Universitário San José, em Bogotá.
“Se essa situação se mantiver com este número de eventos todos os dias, os recursos vão acabar”, acrescentou.
O governo colombiano tem culpado as manifestações antigovernamentais pelo aumento do número de casos durante a 3ª onda da pandemia.
“Quando chegamos a essa cifra de 100 mil pessoas mortas pela covid-19 também temos que fazer uma reflexão sobre a responsabilidade individual diante de direitos e liberdades coletivas”, disse o presidente Iván Duque.
Em 1º de junho, a prefeita de Bogotá, Claudia López, publicou no Twitter que “as aglomerações das manifestações causaram mais de 25.00 contágios”.
“O 3º pico de covid começou a diminuir na primeira semana de maio. As aglomerações das manifestações do comitê de greve causaram mais de 25.000 infecções adicionais, sobrecarregaram o sistema hospitalar e estão causando a maior mortalidade desde o início da pandemia”, afirmou.
Na última 6ª feira (25.jun), o Ministério da Saúde colombiano propôs que as autoridades das regiões mais afetadas adotem novas restrições para conter a propagação do vírus. “Divulgamos uma circular pela qual pedimos a todas as cidades que estão em um alto nível de contágio que submetam seus planos para (o) controle da pandemia com medidas restritivas“, disse o ministro Fernando Ruiz, segundo informado pela agência EFE.
Várias regiões do país sul-americano já flexibilizaram as restrições, conforme disse o epidemiologista Jorge Martín Rodríguez à EFE. “Há muitas áreas do país que, na prática, voltaram à normalidade. As restrições, por exemplo, em Bogotá, já foram suspensas há muito”, afirmou o especialista, que é investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade Javeriana, na capital colombiana.