Anvisa diz que não há estudo conclusivo sobre 3ª dose e que autorizou 2 pesquisas
Pfizer a AstraZeneca receberam a liberação para investigar efeitos e necessidade de uma dose extra contra a Covid-19. Agência afirma que 'todas as vacinas autorizadas no Brasil garantem proteção contra doença grave e morte'.
Após autorizar uma nova pesquisa sobre a aplicação de uma 3ª dose contra a Covid-19, desta vez com pedido feito pela AstraZeneca, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclareceu, nesta quarta-feira (14), que “ainda não há estudos conclusivos sobre a necessidade” de mais uma aplicação dos imunizantes disponíveis no Brasil.
Segundo a agência, dois pedidos foram feitos até o momento para estudos sobre a dose adicional — além das duas aplicações já previstas em bula. A Pfizer foi a primeira farmacêutica a conseguir a autorização, ainda em 18 de junho. A AstraZeneca conseguiu a liberação nesta quarta-feira.
Sobre os estudos de terceira dose:
- Pfizer: investiga os efeitos, a segurança e o benefício de uma dose de reforço da sua vacina, a Comirnaty. O imunizante extra será aplicado em pessoas que tomaram as duas doses completas há pelo menos seis meses.
- AstraZeneca: a farmacêutica desenvolveu uma segunda versão da vacina que está em uso no país, buscando proteção contra a variante beta. Parte do ensaio clínico prevê que uma dose da nova versão da vacina (AZD2816) seja aplicada em pessoas que receberam as duas doses da versão atual da AstraZeneca (AZD1222).
“A Anvisa vem acompanhando as discussões, as publicações e os dados apresentados sobre o surgimento de novas variantes do vírus Sars-CoV-2 e seu impacto na efetividade das vacinas. Até agora, todas as vacinas autorizadas no Brasil garantem proteção contra doença grave e morte, conforme os dados publicados”, disse a nota da reguladora.
Dose extra em SP
Na sexta-feira (9), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, participaram do início dos testes clínicos da ButanVac, vacina brasileira em desenvolvimento contra a Covid-19.
De acordo com Doria, a expectativa é que ela possa ser aplicada a partir de 2022, quando a população deverá ser vacinada novamente contra o vírus, em uma terceira dose.
“A partir de janeiro do ano que vem, todos os brasileiros precisarão se vacinar novamente. Pela ordem, evidentemente, daqueles que foram vacinados em janeiro, começaram em janeiro, fevereiro, e sequencialmente”, disse.
O diretor do Butantan afirmou que 10 milhões de doses já foram produzidas para distribuição após a conclusão dos testes e autorização da Anvisa para aplicação.
“Nós já estamos produzindo essa vacina. Quer dizer, já temos o equivalente a mais de dez milhões de doses prontas, aguardando os resultados iniciais desse estudo clínico que se inicia aqui hoje, para definir como serão as próximas fases e qual será a confirmação final da vacina”.