Soraya defende “DNA liberal” ao lançar-se ao Planalto
Nova pré-candidata do União Brasil critica política econômica do governo Bolsonaro e defende “imposto único”
A senadora Soraya Thronicke afirmou nesta 3ª feira (2.ago.2022), ao ser lançada como a nova pré-candidata do União Brasil à Presidência, que defenderá um governo com “DNA liberal” na economia.
Escolhida para substituir o presidente do partido, Luciano Bivar, na corrida ao Palácio do Planalto, a senadora apresentou como sua principal bandeira uma proposta de adoção do imposto único federal.
Soraya Thronicke foi eleita para o Senado na onda bolsonarista de 2018 pelo hoje extinto PSL, cuja fusão com o DEM originou o União Brasil. Em entrevista a jornalistas nesta 3ª, ela disse que a política econômica de Jair Bolsonaro (PL) não seguiu a linha liberal “como devia”.
O imposto único federal é uma proposta de reforma tributária elaborada pelo economista Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal no governo Bolsonaro.
Consiste na extinção de 11 tributos federais, que seriam substituídos pelo IUF (imposto único federal), com alíquota de 1,8%, cobrado sobre todas as transações e pagamentos.
Quando Cintra integrava a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia), esse tipo de proposta foi muitas vezes comparado a uma “nova CPMF”, em alusão à extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira.
Haveria isenção do IUF e do Imposto de Renda para quem recebe até 5 salários mínimos.
“Quando a economia vai bem, tudo vai bem. Vamos focar nisso e a intenção é falar com todos os brasileiros. Não temos bolha para conversar”, falou Soraya.
Vice-presidente do União Brasil, Antonio Rueda disse que a pré-candidatura de Soraya é um “consenso” no partido. Acrescentou que o anúncio para a vice será “a cereja do bolo”.
A escolha da senadora para a eleição presidencial ainda terá de ser ratificada na convenção nacional da legenda, marcada para 6ª feira (5.ago), em São Paulo (SP).
Segundo Soraya, a prioridade é atrair outros partidos para sua chapa. O União Brasil terá direito às maiores fatias do fundo eleitoral e do tempo de propaganda na campanha.