Senadores da oposição pedem vista, e votação do arcabouço fiscal é adiada
Caso mudanças sugeridas pelo relator Omar Aziz sejam aprovadas no Senado, texto precisará seguir para nova análise da Câmara
Senadores de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediram vista para terem mais tempo para analisar o relatório do senador Omar Aziz (PSD-AM) sobre o projeto de lei complementar que trata do novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023).
Com isso, a votação da matéria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal foi adiada para quarta-feira (21). Há expectativa de que o colegiado aprove o texto em sessão marcada para as 8h30 (horário de Brasília) e que ele possa ser levado a plenário na mesma data.
O texto lido pelo relator Omar Aziz traz mudanças em relação à versão aprovada pela Câmara dos Deputados, com a ampliação do rol de exceções à regra que estabelece um limite para o crescimento das despesas públicas de um ano para o outro − movimento que já havia sido anunciado pelo parlamentar.
Pelo parecer, ficariam fora do novo “teto”: 1) as despesas referentes à complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb); 2) as transferências constitucionais da União ao Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF); e 3) as despesas com ciência, tecnologia e inovação.
Caso os senadores aprovem versão com essas modificações, o texto precisará voltar à análise da Câmara dos Deputados − a casa iniciadora para proposições de autoria do Poder Executivo tem a palavra final sobre a redação a ser remetida para sanção presidencial.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o relator do arcabouço na casa legislativa, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), são favoráveis à manutenção do texto votado por eles, mas se disponibilizaram a ouvir os líderes da Casa em reunião nesta terça-feira (20) para que a decisão seja tomada. Mais cedo, Cajado disse que não via espaço para a retirada do Fundeb e do FCDF da regra.
Nos bastidores, há uma avaliação de que o terceiro ponto, que trata das despesas com ciência tecnologia e inovação, corre mais riscos de ser rejeitado pelos deputados. O dispositivo foi sugerido pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), adversário político de Lira em Alagoas.