Programa de governo de Lula é ‘má notícia’ para o Brasil, diz Meirelles
Ex-ministro fez análise pessimista sobre eventual governo do PT e disse que o presidente Jair Bolsonaro pode vencer as eleições
O ex-ministro da Fazenda e ex-chefe do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, expressou dúvidas sobre os rumos da economia brasileira em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 30 de outubro. “A eleição é muito apertada neste momento. As chances de Lula são maiores, mas ainda acredito que o presidente Jair Bolsonaro tem uma chance real de vencer”, disse o ex-ministro.
Segundo Meirelles, houve três governos diferentes do PT: o primeiro, com responsabilidade fiscal; o segundo, com algum alívio fiscal e mais aberto às demandas políticas; e o terceiro, que acabou em recessão. “A grande questão agora é qual Lula tomará posse se, de fato, vencer. Eu digo que depende. Se você pegar seu atual programa de governo, seria uma má notícia”, sentenciou.
Para o ex-ministro, o programa é elaborado com uma visão semelhante ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff. “Até porque quem desenvolveu o programa foi um grupo de economistas que acreditam fortemente no papel do Estado e das empresas estatais na promoção do desenvolvimento. Essa visão prevalece neste momento”, analisou.
Os comentários foram feitos em conversa com a Eurasia Group, uma empresa internacional de consultoria e pesquisa de risco político. Meirelles disse, ainda, não estar certo se Lula adaptaria sua política fiscal em razão de um Congresso mais conservador.
“Minha resposta para saber se ele se tornaria mais conservador por causa dos resultados do Congresso é não”, previu o ex-ministro. Ainda na conversa com o grupo, Meirelles afirmou que Lula não vai anunciar nenhum de seus planos econômicos nem os nomes que vão liderar a economia antes das eleições.
Ao R7, Meirelles informou que “nas conversas com investidores, repito que, na minha opinião, um eventual governo Lula vai priorizar as responsabilidades fiscal e social dentre as alternativas propostas pelos diferentes grupos de economista. Outras interpretações das minhas falas são puro ruído.”
O ex-ministro também se posicionou sobre as declarações nas redes sociais.