Pesquisa: em 4 meses, voto dos evangélicos em Bolsonaro foi de 61% para 53%; em Lula de 17% para 28%
Números fazem parte da pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA que ouviu 1.500 eleitores de todo o Brasil entre os dias 19 e 24 de agosto
Parcela do eleitorado historicamente fiel ao presidente Jair Bolsonaro (PL), os evangélicos reduziram o apoio ao candidato à reeleição nos últimos quatro meses. De acordo com a pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA, divulgada nesta quinta-feira, 25, as intenções de voto desta parcela do eleitorado no primeiro turno foi de 61%, em abril deste ano, para 53%, em agosto.
Por outro lado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou mais intenções de voto dos evangélicos, saindo de 17% para 28%, no mesmo período.
“O novo valor do Auxílio Brasil [de 600 reais], principalmente na classe C do Sudeste, onde Bolsonaro precisa recuperar esses votos de 2018 que perdeu, não surtiu efeito. A questão da queda do valor dos combustíveis foi muito mais para o grupo onde o presidente já tinha boa avaliação e, portanto, boa intenção de voto. Então foi algo meio endógeno”, diz Moura.
Nas classes D e E (de forma geral, incluindo evangélicos), Lula tem vantagem sobre Bolsonaro em um primeiro turno (54% X 28%). Na classe C, o petista também está na frente, com 54%. O atual presidente e candidato à reeleição vem logo depois, com 27%.
Nos números gerais, a distância entre Lula e Bolsonaro no primeiro turno caiu de 11 para 8 pontos percentuais. Em uma pergunta estimulada, com os nomes apresentados previamente, Lula tem 44% das intenções de voto, mesmo número registrado na pesquisa feita há um mês. Já Bolsonaro saiu de 33% para 36%. O aumento está no limite da margem de erro da pesquisa.
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Ainda na simulação de primeiro turno, Ciro Gomes (PDT) aparece com 9%, e Simone Tebet (MDB), 4%. Os demais candidatos fizeram 1% ou não pontuam. Brancos e Nulos somam 2%, e aqueles eleitores que dizem que não sabem são 3%.
Para a pesquisa, foram ouvidas 1.500 pessoas entre os dias 19 e 24 de agosto. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A sondagem foi registrada no TSE com o número BR-02405/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Veja o relatório completo.
Maurício Moura, explica que a redução consistente da distância entre Lula e Bolsonaro ocorreu muito por conta de uma maior definição dos candidatos. Com isso, houve uma acomodação dos eleitores que diziam não saber em quem votar – eles somavam 12% no fim do ano passado.
Uma terceira questão foi a desistência de outros nomes mais bem posicionados, como o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), e do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
“Isso reflete o grau de consolidação de voto e uma grande definição neste momento da eleição. O Bolsonaro tem duas frentes de potencial crescimento: o primeiro é consolidar e acomodar o sentimento antipetista, o segundo é que ele precisa convencer eleitores que votaram nele em 2018. Esses eleitores estão espalhados entre indecisos, Ciro Gomes e também entre os eleitores do Lula”, diz.
Segundo turno entre Lula e Bolsonaro: estável
A simulação de segundo turno entre Lula e Bolsonaro ficou estável, se comparado com a última pesquisa. O petista tem 49%, ante 47% em julho. O atual ocupante do Palácio do Planalto pontuou 40%, e há um mês tinha 37%. Os dois crescimentos estão dentro da margem de erro da pesquisa.
EXAME/IDEIA ainda testou outros quatro cenários de segundo turno. Lula venceria Tebet (46% X 26%), e Ciro Gomes (43% X 31%). Bolsonaro seria vitorioso em uma disputa contra Ciro Gomes (38% X 34%), e também contra Tebet (40% X 25%).