Moro aponta suspeitos de ação hacker como fonte do Intercept; jornalista rebate
Site divulgou conversas do ex-juiz federal ‘Mensagens obtidas por crime’, diz Moro Jornalista: ‘Essa acusação fica por sua conta’
Ao parabenizar a PF (Polícia Federal), o MPF (Ministério Público Federal) e a Justiça Federal por ações contra suspeitos de hackear celulares de autoridades, o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) disse que os detidos são “a fonte de confiança” do site The Intercept Brasil.
O site divulgou reportagens que deram origem ao caso Vaza Jato, em que mostram trocas de mensagens no Telegram entre o ministro, quando ainda era juiz, e integrantes da Lava Jato em Curitiba.
“Parabenizo a Polícia Federal pela investigação do grupo de hackers, assim como o MPF e a Justiça Federal. Pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes. Elas, a fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime”, disse no Twitter nesta 4ª feira (24.jul.2019).
O ministro ainda comentou a decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, que determinou a prisão provisória dos suspeitos e na qual ele diz que foi apurado que os clientes da Brvoz, uma operadora do serviço de voz sobre IP, o Voip, realizaram 5.616 ligações em que o número de origem era igual ao número de destino.
“Leio, na decisão do Juiz, a referência a 5.616 ligações efetuadas pelo grupo com o mesmo modus operandi e suspeitas, portanto, de serem hackeamentos. Meu terminal só recebeu três. Preocupante”, disse.
JORNALISTA REBATE
O jornalista Leandro Demori, editor-executivo do The Intercept, respondeu o ministro, mas sem confirmar ou negar que os presos tenham servido como fonte para reportagens do site. Ele afirma que a conclusão “fica por conta” de Moro.
“Nunca falamos sobre a fonte. Essa acusação de que esses supostos criminosos presos agora são nossa fonte fica por sua conta. Em 1 país sério, o investigado seria você”, disse.
Para o jornalista, está cada vez mais claro que “Moro virou político em busca de 1 foro privilegiado pra poder falar impunemente em público as coisas que dizia antes em chats secretos”.
Ao divulgar as primeiras conversas, o The Intercept disse que obteve “arquivos enormes e inéditos – incluindo mensagens privadas, gravações em áudio, vídeos, fotos, documentos judiciais e outros itens – enviados por uma fonte anônima”.