Lula diz que apoiaria Tabata Amaral em eventual 2º turno contra Nunes em SP
Lula diz que polarização é positiva e aparecerá com força nas eleições das capitais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (30) que apoiaria a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) em um eventual segundo turno contra o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), nas eleições deste ano. Lula também fez elogios a Tabata e negou ter oferecido um ministério à deputada, para ela desistir da sua pré-candidatura.
Lula ressaltou que seu pré-candidato é o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) e lembrou que convenceu a ex-prefeita Marta Suplicy (sem partido) a voltar ao Partido dos Trabalhadores e ser vice na chapa de Boulos, mas que disse que o importante “é derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo”. Tabata é apoiada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
“Será maravilhosa a disputa política e democrática. Se a Tabata for candidata e o Boulos for candidato, quem for melhor e for para o segundo turno, eu estarei apoiando. Se os dois forem para o segundo turno, aí sim vai ter divergência. Mas o que nós precisamos é derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo”, afirmou o presidente em entrevista à rádio CBN Recife.
Lula tem buscado polarizar e nacionalizar a eleição para a maior cidade do país. Na semana passada, afirmou que a disputa municipal será “uma confrontação direta entre o ex-presidente e o atual presidente”. “Entre eu e a figura”, afirmou Lula à Rádio Metrópole, de Salvador, sem citar Jair Bolsonaro (PL).
Nunes era vice de Bruno Covas (PSDB), que derrotou Boulos em 2020, e assumiu a prefeitura com a morte do tucano. Ele conta com o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afilhado político de Bolsonaro, e busca o apoio do ex-presidente. Marta era secretária de relações internacionais da prefeitura, mas mudou de lado e se reaproximou da esquerda.
Elogios a Tabata e ao PSB
Lula também fez elogios a Tabata, que lançou sua pré-candidatura na semana passada, e negou reportagem da imprensa de que ele estaria disposto a oferecer um ministério à deputada federal para ela desistir da campanha e apoiar Boulos. O presidente afirmou que há uma “desfaçatez” de quem escreveu isso.
Ele disse que Tabata é uma jovem que tem futuro político no Brasil e que ele não tentaria “corrompê-la” com um cargo no governo. “Se ela quiser ser candidata a prefeita — e ela pode ser candidata a prefeita, porque está em um partido político que vai decidir —, não vai ser o presidente Lula que vai impedir”. Foi então que Lula disse que “será maravilhosa a disputa política e democrática” e que apoiaria a candidata “contra o bolsonarismo”.
Sobre a eleição em Recife, o presidente teceu elogios ao prefeito João Campos (PSB) e disse acreditar que será possível o PT fazer uma aliança com o PSB na cidade, para apoiar a reeleição do atual prefeito, que é filho de Eduardo Campos, ex-governador pernambucano que morreu durante a campanha presidencial de 2014 e de quem Lula era próximo.
Polarização positiva
Lula também disse considerar a polarização política como algo positivo e que ela se manifestará com força nas eleições municipais deste ano nas capitais. “A polarização sempre vai existir, não tem jeito”, afirmou o presidente à CBN Recife.
“Eu acho bom que tenha polarização, nós somos uma sociedade viva. Essa polarização deve acontecer nas capitais”, afirmou o presidente. “Quem é o candidato bolsonarista e quem não é o candidato bolsonarista? Em São Paulo vai ser muito visível isso. Não sei se em Recife vai ter candidato bolsonarista. Se tiver, vai pegar, a cobra vai fumar”.