Lula cumpre agenda de campanha em Salvador e reúne apoiadores no Farol da Barra
Candidato do PT à Presidência lembrou das celebrações do Dia das Crianças e fez discurso sobre a fome. Pela manhã, ex-presidente visitou o Complexo do Alemão, no Rio.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT), cumpriu agenda de campanha em Salvador, na Bahia, nesta quarta-feira (12), feriado no Brasil em homenagem à padroeira do país para os católicos, Nossa Senhora Aparecida.
Durante a visita, Lula conversou com jornalistas, no Teatro Vila Velha, e aproveitou a data em que também é celebrado o Dia das Crianças para falar sobre a fome.
“Preciso dizer para vocês que hoje é Dia das Crianças. E eu fico imaginando quantas crianças nesse país levantaram de manhã sem ter um café para tomar. Quantas crianças não tiveram uma comida com as proteínas e as calorias necessárias para almoçar? Eu fico imaginando quantas crianças vão dormir no dia das crianças sem ter o alimento necessário para comer”, afirmou o petista.
Antes da agenda na Bahia, Lula realizou ato de campanha no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Estava acompanhado de políticos fluminenses, incluindo o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). O petista conversou com lideranças comunitárias e, depois, percorreu ruas da cidade e fez discurso em um carro de som.
Na capital baiana, Lula também seguiu para uma caminhada pelas ruas da cidade. A saída foi em frente ao Clube Espanhol, no bairro de Ondina, e seguiu até o Farol, no bairro da Barra.
Ao chegar ao Farol, o ex-presidente discursou e fez críticas a Jair Bolsonaro (PL). Lula disse que o presidente e candidato à reeleição usou os eventos religiosos recentes para fazer política.
“Nesta semana, ele [Bolsonaro] foi escorraçado lá no Cirio do Nazaré, tentou fazer política na procissão onde ele não foi convidado. E hoje ele arrumou briga em Aparecida do Norte, onde também ele foi sem ser convidado, tentando tirar proveito da religião”, afirmou Lula.
Bolsonaro cumpriu agenda de campanha nesta quarta-feira em Aparecida (SP). A presença dele na igreja foi citada pelo padre Eduardo Ribeiro no início da celebração, gerando aplausos e vaias dos presentes.
Depois das críticas contra o chefe do Executivo, Lula voltou a falar sobre o Dia das Crianças e a fome. O petista repetiu as falas que já tinha dado à imprensa mais cedo.
O ex-presidente esteve acompanhado do candidato do PT ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, que tenta suceder o governador Rui Costa (PT) no comando do executivo estadual. Rodrigues disputa o segundo turno das eleições com o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto.
Política e religião
Nesta quarta, o blog da Ana Flor informou que integrantes da coordenação da campanha do ex-presidente Lula distribuíram uma carta assinada pelo ex-presidente com compromissos voltados a religiosos. A carta afirma, entre outros pontos, que todas as religiões e todos os templos serão respeitados em um eventual governo Lula-Alckmin.
“Nossa Constituição garante que todos/as os/as brasileiros/as e estrangeiros/as que moram no Brasil são livres para escolher sua religião, praticar e professar sua crença e fé, seja num ambiente doméstico ou em um lugar público. Em nosso governo não será diferente. Todas as religiões e templos religiosos serão respeitados e tratados com dignidade, como já fizemos em nossos governos anteriores”, afirmou um trecho da carta.
A assessoria da campanha informou ao blog que uma outra carta, mais ampla, ainda será divulgada. O blog ouviu duas pessoas que integram a coordenação da campanha e que dizem que o texto que circulou hoje é importante para marcar a data, principal feriado católico do Brasil.
O segundo turno está marcado para o próximo dia 30. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, têm disseminado fake news contra Lula entre evangélico.
O próprio presidente priorizou agendas de cunho religioso nos últimos dias, com visitas a Belém (PA), onde participou das comemorações do Círio de Nazaré, e Aparecida (SP), onde assistiu missa nesta quarta (12). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chegou a determinar que o conteúdo fosse retirado do ar.