Justiça decide que delação não é prova e arquiva investigação sobre Mercadante e Edinho Silva
Justiça Eleitoral de São Paulo pediu o arquivamento de uma denúncia de caixa dois contra os ex-ministros. A decisão do promotor teve como base o argumento de que a delação premiada de um ex-diretor da Odebrecht por si só não é prova suficiente no processo
A Justiça Eleitoral de São Paulo arquivou uma denúncia de caixa dois contra os ex-ministros do PT Aloizio Mercadante e Edinho Silva.
A decisão do promotor eleitoral teve como base o argumento de que a delação premiada de um ex-diretor da Odebrecht por si só não é prova suficiente.
Os fatos relatados pelos delatores Benedito Júnior e Carlos Armando Paschoal estavam relacionados à campanha de Mercadante ao governo de São Paulo, em 2010, quando Edinho, atual prefeito de Araraquara (SP), era presidente do PT paulista.
Segundo disseram os executivos, houve pagamento de R$ 1 milhão para a campanha via caixa dois. O promotor, no entanto, destacou que os fatos narrados não foram confirmados ao longo do processo.
“Observa-se que os fatos narrados pelos colaboradores não foram confirmados por outras pessoas ou documentos, remanescendo somente as suas versões dos fatos”, escreveu o promotor Flávio Turessi.
O advogado Pierpaolo Bottini afirmou que o arquivamento era necessário, “uma vez que o próprio Supremo Tribunal Federal entende que a mera palavra do delator não é suficiente para a instauração de ação penal”.