Joice chora na tribuna, cita filho e diz que denunciará Eduardo Bolsonaro

Deputada federal afirma ter sido vítima de acusações e insultos por parte do filho do presidente e que irá representar contra ele no Conselho de Ética

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A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) anunciou nesta terça-feira, 5, que irá protocolar representações contra o líder do PSL na Câmara, deputado Eduardo Bolsonaro (SP), no Conselho de Ética da Casa e na Procuradoria-Geral da República por acusações e insultos que ela diz ter recebido do correligionário.

Em discurso na tribuna do plenário da Câmara, a deputada chegou a se emocionar e chorar quando contou que um dos seus filhos a questionou sobre as motivações para os xingamentos que tem recebido nas redes sociais.

“Não vai ter homem, seja deputado, senador, presidente, quem quer que seja, não vai ter homem e nem mulher que vai fazer isso com a minha família. (…) Quando meu filho perguntou porque estavam fazendo isso comigo, eu respondi que são criminosos, são bandidos. O Código Civil e o Código Penal não deixam de existir só porque é virtual. Se não pararmos essa esquizofrenia, essa loucura, essa gangue, a gente não tem como reconstruir esse País”, disse.

A deputada, que foi retirada da liderança do governo no Congresso em outubro devido a uma crise no PSL, afirmou que nem mesmo quando foi atacada pela esquerda os ataques foram tão “sórdidos”. Para ela, a liderança lhe foi tirada porque ela discordou do presidente Jair Bolsonaro uma única vez. “O presidente da República, homem mais poderoso do País, não pode virar lobista de partido nenhum, qualquer que seja. Não pode. Por isso eu discordei. Eu avisei que estava errado”, disse.

Joice, porém, afirmou que vai continuar apoiando o presidente Jair Bolsonaro e que vai trabalhar pela aprovação do pacote de reformas apresentado hoje pelo governo.

Eduardo Bolsonaro já foi denunciado ao Conselho de Ética pelos partidos de oposição — Rede, PSOL, PT e PCdoB — por ter afirmado, em entrevista à jornalista Leda Nagle para seu programa no YouTube, que, se a esquerda radicalizar nas manifestações de rua, a saída pode ser a edição de um novo AI-5, ato institucional baixado pelo presidente Costa e Silva em dezembro de 1968 que aprofundou a repressão na ditadura militar.

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