Eduardo Leite reage a fala de Bolsonaro: “A esse cidadão queriam que eu desse boas-vindas?”
- Eduardo Leite reagiu a uma fala com teor homofóbico de Jair Bolsonaro contra ele
- O presidente apontou para um salame e disse que era do governador do RS, que revelou ser gay
- A fala preconceituosa foi dita na abertura da Expointer, feira agropecuária realizada em Esteio (RS)
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), reagiu a uma fala com teor homofóbico do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra ele. Na abertura da 44ª Expointer, feira agropecuária realizada em Esteio, o chefe do Executivo apontou para um salame e disse que era do político gaúcho, que em julho revelou ser homossexual.
“A esse cidadão que queriam que eu desse ‘boas-vindas’ na Expointer?”, indagou Eduardo Leite no Twitter, compartilhando o vídeo do momento em que Bolsonaro profere o comentário preconceituoso.
Na última quinta, em visita ao local da feira agropecuária, o governador havia antecipado que não iria recepcionar Bolsonaro no evento. Eduardo Leite se arrependeu de tê-lo apoiado em 2018 e agora se opõe ao presidente, porém não vê ambiente político favorável para a abertura do processo de impeachment.
Na sexta, a Justiça gaúcha condenou o presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson, a pagar R$ 300 mil por ofensas homofóbicas contra o governador do Rio Grande do Sul.
O juiz Ramiro Oliveira Cardoso, da 16ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre, acatou a denúncia feita pelo Ministério Público (MP) do RS. A quantia deve ser destinada ao Fundo de Reconstituição dos Bens Lesados, mantido pelo MP.
Segundo reportagem do portal G1, a ação civil pública considerou duas manifestações feitas pelo ex-deputado em março deste ano. Numa delas, nas redes sociais, Jefferson “incitou, de forma chula, o preconceito contra homossexuais, a partir da criação de factoide”, considerou o magistrado.
A outra fala foi em uma entrevista a uma emissora de rádio de Porto Alegre. Na avaliação do juiz, o presidente do PTB “induziu e incitou discriminação e preconceito de orientação sexual ao associar à suposta condição de homossexual do governador do estado qualidades negativas”.
O magistrado ainda comparou as ofensas ao crime de racismo: “Enquadradas como homofóbicas as falas do demandado, equiparável ao crime de racismo, cumpre indenizar a coletividade atingida”. O réu pode recorrer da sentença.