Deputados fecham acordo e decidem votar impeachment de Mauro Carlesse na próxima semana
Por telefone, o Procurador- Geral da Assembleia Legislativa Dr. Alcir Ranieri, afirmou ao jornalista Alessandro Ferreira editor-chefe da Agência Tocantins que não tinha previsão de concluir o parecer dos pedidos de impeachment contra Mauro Carlesse.
O governador afastado do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), pode estar perto do impeachment. De acordo com informações de fontes da Agência Tocantins na Assembleia Legislativa, um acordo fechado entre deputados durante a semana passada prevê que os processos de impeachment que foram protocolados na ALETO sejam votados na terça-feira (7/12). Ainda segundo as fontes, os processos haviam sido engavetados pelo aliado político do governador afastado, deputado António Andrade (PSL), que é o presidente da Casa de Leis.
Na ultima quarta-feira (01), por telefone o Procurador- Geral da Assembleia Legislativa Dr. Alcir Ranieri, afirmou ao jornalista Alessandro Ferreira editor-chefe da Agência Tocantins que o parecer a respeito dos dois pedidos de impeachment contra o Governador afastado, Mauro Carlesse, ainda não tinha previsão para ser apresentado ao Presidente, Deputado Antônio Andrade e aos demais deputados.
Rebuliço entre os pares
A informação da não previsão do parecer ser concluído causou rebuliço entre os deputados. Durante viagem em Colinas do Tocantins, acompanhando o Governador interino Wanderlei Barbosa o deputado Antonio Andrade foi pressionado por vários colegas de parlamento que exigiram um posicionamento com urgência sobre o caso, o que deixou Andrade em um beco sem saída.
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Segundo uma fonte do site, a pressão política dos deputados que querem que sejam pautados os dois processos de impeachment contra Calesse aumentou depois que o Procurador-Geral afirmou que não havia previsão da apresentação do parecer ao presidente de outros parlamentares.
Entenda
No dia 30 do mês de novembro o deputado Antonio Andrade havia garantido categoricamente na quarta-feira, 1º, que o parecer seria apresentado a ele e aos outros deputados pelo Procurador-Geral da casa, fato que não aconteceu.
Mauro Carlesse é suspeito de uma série de crimes. Ele nega todos. Caso Carlesse seja afastado pelo processo de impeachment, o atual governador interino, Wanderlei Barbosa (sem partido), assume definitivamente o estado.
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O governador Mauro Carlesse (PSL) foi afastado do cargo em apuração sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações.
A determinação é do Superior Tribunal de Justiça e foi motivada por denúncias apresentadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
A decisão individual foi tomada pelo ministro Mauro Campbell em apuração sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações. “É uma medida drástica, mas reconheço que muito necessária”, afirmou o relator.
Na manhã do dia 20 de outubro desse ano, a Polícia Federal fez buscas na casa de Carlesse e na sede do Governo do Tocantins para cumprir mandados de busca e apreensão de duas operações. Foram apreendidos dois veículos do governador, levados para a sede da PF em Palmas. Os policiais entraram na casa do governador Mauro Carlesse no Palácio Araguaia (sede administrativa do governo) e em vários órgãos estaduais, entre eles a Secretaria de Segurança Pública.
Veja abaixo o que se sabe sobre o caso:
Exoneração de delegados e ‘lei da mordaça’ têm relação com o afastamento?
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Por que Mauro Carlesse foi afastado?
Segundo a PF, o afastamento desta quarta-feira fez parte de duas operações complementares, que investigam:
- pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais: a investigação, que teve início há cerca de dois anos, estima que cerca de R$ 44 milhões tenham sido pagos a título de vantagens indevidas;
- obstrução de investigações: A PF acredita que o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do estado;
- incorporação de recursos públicos desviados: dados do Coaf mostram movimentações financeiras de grandes quantias, em espécie, sem comprovação de capacidade econômica, realizadas por pessoas ligadas ao governo;
Um dos indícios que contribuíram para o afastamento de Mauro Carlesse (PSL) foi a compra de uma fazenda em Mateiros, na região do Jalapão, por mais de R$ 2 milhões. Ele teria usado uma empresa laranja com dinheiro não comprovado.
Quem são os investigados?
Além do governador, são investigados e também foram afastados:
- Cristiano Barbosa Sampaio – Secretário de Segurança Pública
- Raimunda Bezerra de Souza – Diretora-geral da Polícia Civil
- Claudinei Quaresemin – Secretário de Parcerias e Investimentos
Delegados da Polícia Civil, policiais civis que estavam cedidos para o Ministério Público Estadual, policiais militares e outros servidores públicos que não tiveram as identidades reveladas também foram afastados.