Deputado pede à CPI da Covid prisão de Onyx e Élcio Franco
Luis Miranda argumenta que ministro e assessor usaram aparato do governo federal para fazer ameaças e causar prejuízos
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) solicitou, nesta quinta-feira (24) à CPI da Covid a prisão do ministro Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral da Presidência) e do assessor Élcio Franco (Casa Civil).
“Fui vítima, juntamente com meu irmão, de ameaças proferidas por ministro de Estado Onyx Lorenzoni e Antônio Élcio Franco Filho, que contaram com o apoio de todo o aparato estatal da Presidência da República e prometeram utilizar todos os órgãos que supõem estar ao seu alcance, para prejudicar a mim e meu irmão”, diz o documento, assinado por Miranda.
Para o parlamentar, a utilização de termos como “vai pagar na justiça”, “que Deus tenha pena do senhor”, “trair o presidente Jair Bolsonaro”, “traiu o Brasil”, “se junta a todo mal que há na política brasileira”, tem o objetivo de amedrontar e ameaças as testemunhas na véspera de seu depoimento, marcado para esta sexta-feira (25).
Miranda pede ainda a determinação da CPI da Covid para que a PGR (Procuradoria-Geral da República) apure os autores da ameaça.
O deputado Luis Miranda alertou em 20 de março o presidente Bolsonaro sobre indícios de irregularidade na negociação, feita pelo Ministério da Saúde, para a compra da vacina indiana contra a covid-19 Covaxin, que teve 20 milhões de doses compradas por R$ 1,6 bilhão.
O parlamentar é irmão de Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, que relatou ao MPF (Ministério Público Federal) ter sofrido pressões anormais por meio de mensagens de texto, e-mails, telefonemas, pedidos de reuniões, inclusive fora do expediente, para superar entraves na compra do imunizante. Ambos vão depor à CPI nesta sexta-feira (25).
Lorenzoni também foi alvo da comissão, a qual o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que pedirá a convocação do ministro e, caso resista, requisitará a prisão dele. O senador avalia também que o pronunciamento feito pelo secretário-geral da Presidência foi em tom ameaçador contra os depoentes.