Com baixo orçamento, Ana Moser diz que vai procurar Saúde, Educação e Desenvolvimento Social para implementar políticas do Esporte

Em entrevista ao g1, ministra afirmou que orçamento da pasta para 2023 será inferior a R$ 2 bilhões. Ana Moser também afirmou já ter iniciado articulação com Congresso para garantir políticas públicas.

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A nova ministra do Esporte, Ana Moser, afirmou em entrevista ao g1 que buscará apoio dos ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social para implementar as políticas públicas relacionadas à pasta.

Ana Moser tomou posse como nova ministra do Esporte no último domingo (1º), mesmo dia em que Lula tomou posse como presidente. Nesta quarta (4), uma cerimônia na sede do ministério marcou o início oficial da nova gestão da pasta.

Segundo a ministra, o orçamento previsto inicialmente para a pasta neste ano seria de cerca de R$ 200 milhões, mas foi negociado durante o período de transição de governo e chegou a cerca de R$ 2 bilhões. Mesmo assim, avaliou que o montante dificulta a implementação de políticas.

“Com este orçamento, você não consegue fazer atendimento em escala. Com o orçamento do Esporte, você não tem como fazer atendimento em escala. Você não tem como fazer ações e projetos que vão atender a um grande volume da população. Diretamente, não”, afirmou a ministra.

“Mas a Educação atende a crianças e jovens, a Saúde atende a toda a população, a Assistência Social tem seus objetivos e suas atuações e também atende a toda a população de uma maneira geral. O Esporte, a política para o esporte, tem que estar integrada nesses planos, nesses atendimentos”, completou.

Segundo Ana Moser, a “integração” começará com os ministérios da Saúde e da Educação, depois passará pelo Desenvolvimento Social e, na sequência, pelos ministérios da Igualdade Racial, da Mulher, dos Direitos Humanos e dos Povos Indígenas.

“Se a política do Esporte estiver integrada às políticas de educação para crianças e jovens, às de saúde para a população de uma maneira geral, às de assistência social para populações desassistidas e integrada à política indígena, o que o Esporte terá de fazer é desenhar boas políticas. É sensibilizar e mobilizar as outras pastas para que a gente possa se integrar em termos de serviços. Não existe saúde sem atividade física”, acrescentou a ministra.

Articulação com o Congresso

 

Ana Moser disse ainda já ter iniciado a articulação com o Congresso Nacional para garantir que as políticas públicas voltadas para a área de esporte sejam implementadas.

“Tenho todas as estratégias para conversar com o Legislativo. Não é de hoje que a gente conversa essas pautas dentro do Legislativo, venho dessa luta. Por isso fui chamada para esta posição. Nós conversamos com o Congresso, mobilizamos, sensibilizados deputados e senadores. Teve muita mudança na Câmara, mas já começamos, tivemos parlamentares participando do grupo de transição, então, esta conversa já está iniciada. Já está iniciada até com a própria liderança do governo”, afirmou.

Para Ana Moser, as questões abordadas pelo Ministério do Esporte são “óbvias”. “É difícil você dizer ‘não’ para a atividade física como saúde preventiva”, declarou.

Primeira mulher à frente do ministério

Primeira mulher à frente do Ministério do Esporte, Ana Moser disse ter sido pega de “surpresa” com o convite do presidente Lula, uma vez que imaginava que um homem comandaria a pasta.

Nos governos Lula e Dilma, o ministério foi comandado, por exemplo, por Orlando Silva, Aldo Rebelo e Agnelo Queiroz. No governo Jair Bolsonaro, a pasta foi extinta e transformada em uma secretaria vinculada ao Ministério da Cidadania. No governo Lula, voltou ao status de ministério.

“Eu acho que [ser a primeira mulher ministra] é um reconhecimento pelo trabalho nosso, das mulheres, acho que é uma vontade política de colocar mais mulheres na gestão. Isto é, não só por cota, mas buscar a condição de execução e realização entre as mulheres. Mais que ser a primeira mulher, a grande surpresa para mim foi o meu perfil. Perfil de olhar mais para o esporte da população em geral, crianças, adultos, idosos do que focar no esporte de rendimento e alta competição”, afirmou.

“Ter chegado a esta posição é que realmente há uma vontade política de prestigiar as mulheres e prestigiar essa maneira de ver o esporte, essa prioridade de enfoque. Então, acho que esta foi a grande surpresa”, acrescentou Ana Moser.

Equipe do ministério

 

De acordo com Ana Moser, a ex-jogadora de basquete Marta Sobral, prata em Atlanta-1996, será secretária de Esporte de Alto Rendimento.

Além disso, o lutador de taekwondo Diogo Silva, campeão pan-americano em 2007, também integrará a equipe do ministério ocupando o cargo de assessor especial do ministério.

Segundo a ministra, ela irá mesclar políticos e ex-atletas em cargos na pasta.

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Fonte globo
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