Ciro se reúne com PRFs e auditores fiscais em agenda em Brasília
Candidato à Presidência recebeu propostas de policiais rodoviários federais e participa de diálogo sobre a reforma tributária
Ciro Gomes recebeu uma carta de propostas para a segurança pública em reunião com a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), em Brasília, nesta quarta-feira (10). A entidade vai entregar o documento a todos os candidatos à Presidência. No segundo compromisso público do dia, Ciro participa de diálogo sobre a reforma tributária.
Pela manhã, o candidato do PDT conversou com os agentes da PRF e ouviu demandas dos servidores. No documento entregue pela federação ao presidenciável, os policiais citam problemas da categoria como o atual procedimento de registro de ocorrências — que chamam de “moroso” e prejudicial, por retirar agentes das ruas —, a falta de amparo aos familiares em caso de morte em serviço e a defasagem do salário inicial da PRF em relação às demais carreiras típicas de Estado.
“Eu, por exemplo, disse que vou ambientar a questão deles da previdência no grande novo modelo. Vou estudar, mas vai vir essa resposta. Sobre o ponto de vista da pedida salarial, vencido o teto de gastos e o modelo tributário que eu quero fazer e mostrei para eles a base, quero voltar pelo menos a sinalizar que eles vão ter de novo uma equivalência razoável com as carreiras de Estado”, disse Ciro.
O candidato criticou o veto de Bolsonaro ao reajuste e à regulamentação de gratificação de carreiras policiais, desta quarta-feira, mas ressaltou que, com o teto de gastos atual, não é possível reajustar o salário de todos os servidores.
“Como eu vou resolver? Como eu fiz quando fui governador. Estou propondo tributo sobre grandes fortunas, progressividade maior no imposto de renda, tributo sob lucros e dividendos, corte de renúncias fiscais imorais. Então sei como achar R$ 300 bilhões por ano. […] Com isso, posso ter uma folga fiscal para fazer a reestruturação da administração pública brasileira.”
Dovercino Borges Neto, presidente da FenaPRF, disse que a entidade é do Estado, sem relação direta com governos. “Embora exista essa forçação de barra do atual presidente para vincular essa imagem, pelos resultados positivos que a PRF apresenta, somos uma polícia de Estado, jamais de governo”, contou.
Ele também afirmou que, com o cenário político atual, surge uma preocupação com a democracia. A carta da entidade entregue aos presidenciáveis pede que “as eleições transcorram da melhor forma possível, em um ambiente democrático e livre”.
Ciro também teve encontros com a Embaixada da China pela manhã e disse ter agenda com a Embaixada dos Estados Unidos no mesmo dia. Nenhuma das duas reuniões estava prevista na agenda oficial divulgada pela assessoria do candidato.
Durante a tarde, ele participa do evento “Diálogos com os presidenciáveis – Reforma tributária”, realizado pelo Sindifisco Nacional (entidade sindical representativa dos auditores fiscais da Receita Federal) em conjunto com a Federação Nacional do Fisco Nacional e Distrital e a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil.
Ciro Gomes é o candidato do PDT à Presidência nas eleições deste ano, em chapa com a recém-anunciada como vice Ana Paula Matos, que ocupava cargo de vice-prefeita em Salvador. Ele já foi deputado estadual por duas legislaturas no Ceará (1983 a 1989), prefeito de Fortaleza (1989 a 1990) e governador do Ceará (1991 a 1994).
Como ministro, passou pelas pastas da Fazenda, no governo Itamar Franco (1994), e da Integração Nacional, no governo Lula (2003 a 2006). O último mandato político foi o de deputado federal, entre 2007 e 2011. Ciro protocolou o registro de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral nesta terça-feira (9). O plano de governo pode ser conferido neste link do TSE.