Ciro Gomes defende “padrão chinês” para reverter desindustrialização
O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, assinou, hoje (25), em São Paulo, um termo da Fundação Abrinq – organização filantrópica da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) – se comprometendo a, se eleito, priorizar políticas públicas destinadas ao bem-estar de crianças e adolescentes.
“O Brasil, que já teve 600 fábricas de brinquedos, perdeu 200 [nos últimos anos]”, comentou Ciro, antes de ser informado pelo presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, de que, atualmente, apenas metade dos brinquedos vendidos no país é produzida no Brasil. Os outros 50% são comprados da China.
“Isto não é incompetência. É porque o projeto de Brasil há muito tempo desertou da tarefa de criar um ambiente de negócios favorável a quem produz e a quem trabalha”, acrescentou Ciro Gomes, prometendo, se eleito, “transformar o atual ambiente de negócios hostil aos empreendedores em um ambiente estimulante”.
Fechamento de fábricas
“Precisamos interromper a tragédia do Brasil ser o país que mais fechou indústrias ao longo dos últimos 20 anos. E por que? Porque todas as variáveis do ambiente de negócios são hostis. É preciso consertar as condições de empreender tendo os padrões chineses ao menos como referência para nossa busca”, disse o candidato, citando três de suas propostas de governo para o setor.
“Primeiro, [rever] a condição de financiamento. Na China, descontada a inflação, [a taxa de] juros há 15 anos está em 0%. Já no Brasil, estamos aumentando, de novo, para a maior taxa de juros do mundo. Eu tenho uma proposta para trazer nossa taxa [de juros] para o padrão internacional. Em segundo lugar, assistência tecnológica. O que qualifica um brinquedo ou a eletroeletrônica é a tecnologia. E o Brasil não investe nisso. Meu projeto devolve ao Brasil a capacidade de superar o atraso tecnológico. Em terceiro, escala. Quando você produz em uma megacorporação chinesa, em gigantesca quantidade, o preço final acaba sendo mais barato. Isso obriga o Estado brasileiro a ter uma política industrial de comércio exterior que proteja a estrutura brasileira, sem perda de eficiência para que o competidor brasileiro tenha condições de competir em igualdade de condições”, concluiu o candidato.