Chefe da Força Nacional de Segurança de Bolsonaro vai disputar Congresso
Aginaldo Oliveira é casado com a deputada federal Carla Zambelli e teve ex-juiz Sergio Moro como padrinho de casamento
O comandante da Força Nacional de Segurança, coronel Aginaldo Oliveira, deverá se candidatar a deputado federal no Ceará pelo PL.
A informação da pré-candidatura foi confirmada à CNN pelo próprio comandante. Se isso se confirmar, será o segundo policial do alto escalão do Ministério da Justiça que deverá sair candidato. O outro é o próprio ministro Anderson Torres, que articula uma candidatura a senador ou governador pelo Distrito Federal.
“Devo deixar o comando da Força em março. Ainda aguardo o sinal do presidente sobre qual partido melhor se filiar”, disse Aginaldo a CNN.
A Força Nacional de Segurança é considerada a tropa de elite dos policiais militares do país. Assim, a candidatura do seu comandante tem a simbologia do apoio deste setor a Bolsonaro.
De acordo com Aginaldo, há uma movimentação de policiais nos estados para se candidatar em 2022. “Vemos uma movimentação de policiais, civis, militares e federais, com intenção de reforçar a candidatura do presidente. Sou a favor da policia na política. Policial também é cidadão brasileiro.”
No seu mandato, o presidente tem priorizado o segmento com gestos específicos. Lançou um programa habitacional para profissionais de segurança, frequenta eventos ligados a policiais e mais recentemente tem defendido reajuste para os profissionais.
Aginaldo é casado com a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), uma das parlamentares mais alinhadas ao governo dentro do Congresso. Quando o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que foi seu padrinho de casamento, era ministro, ele já era comandante da força e foi um dos deslocados para o Ceará para negociar com policiais militares que estavam amotinados no estado.
Ele diz não ver problemas na entrada de policiais na política nem chance de que policiais virem braços armados de Bolsonaro nas eleições de 2022. “Isso é uma falácia. É narrativa de outras ideologias. O presidente jamais vai entrar nessa, até porque quem tem autonomia sobre policiais são os governadores.”