Carlesse pede retirada de relator do impeachment e suspensão do processo na AL
Advogados do governador afastado apresentaram novos documentos nesta terça-feira (15). Pedido é para que o processo fique suspenso até a questão ser avaliada.
A defesa do governador afastado, Mauro Carlesse (PSL), pediu nesta terça-feira (15) que o relator do processo de impeachment, deputado Júnior Geo (PROS), seja retirado da relatoria. A alegação é que Geo não poderia ocupar esta função porque ele tinha apresentado outro pedido de impeachment contra o governador antes da abertura do processo.
O deputado Júnior Geo adiantou que não pretende deixar a relatoria. Ele disse “a defesa do governador ao invés de fundamentar os motivos que justifiquem a sua permanência no cargo, tentam gerar suspeição do deputado que foi eleito para fazer o seu papel. Esperava mais da defesa, mas iremos analisar com toda a imparcialidade e retidão”.
Além da troca do relator, os advogados pediram que o processo fique suspenso até que a questão seja avaliada. Os advogados do governador enviaram ao próprio deputado um ‘incidente de impedimento’. Geo agora tem a opção de se declarar impedido ou pode pedir que a Comissão Especial do impeachment analise o caso de forma conjunta.
O questionamento sobre a atuação de Júnior Geo como relator já tinha aparecido nas alegações enviadas ontem para a comissão. O pedido de impeachment apresentado por ele no ano passado acabou não sendo aceito por falta de requisitos jurídicos.
A função do relator na comissão é analisar os argumentos da acusação e da defesa e preparar um relatório recomendando o prosseguimento ou arquivamento do pedido de impeachment. O relatório precisa ser aprovado pela maioria dos membros da comissão para valer.
Carlesse está afastado do Palácio Araguaia por determinação do STJ desde outubro de 2021. O prazo do afastamento do governador termina em abril, mas pode ser revisto pela Justiça caso o STJ avalie que é necessário. Ele é considerado suspeito em duas operações da Polícia Federal.
Uma das investigações é sobre suposto recebimento de propina de fornecedores do plano de saúde dos servidores públicos estaduais. A outra é sobre interferência política em operações da Polícia Civil do Tocantins. Os argumentos da decisão que levou ao afastamento embasaram o pedido de impeachment. Carlesse nega todas as acusações.