Bruno Dantas diz que TCU deve apurar relatório com dados falsos sobre covid
Relatório não teve chancela oficial Dado minimizou mortes por covid
O ministro Bruno Dantas, corregedor do TCU (Tribunal de Contas da União), disse nesta 3ª feira (8.jun.2021) que a inclusão no sistema do Tribunal de um documento com dados falsos sobre as mortes por covid deve ser investigada. A inserção, segundo a Corte, não teve chancela oficial.
“Os fatos até aqui apurados pela Corregedoria são graves e será necessário aprofundamento para avaliar a sua real dimensão. Para isso é necessária uma decisão da Presidente do TCU, Ministra Ana Arraes”, afirmou em nota enviada ao Poder360.
Ainda segundo Dantas, “é cedo para extrair conclusões, mas se ficar comprovado que o auditor utilizou o cargo para induzir uma linha de fiscalização orientada por convicções políticas, isso será punido exemplarmente”.
Segundo a revista Crusoé, o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques é o responsável por incluir o relatório com os dados falsos. O documento diz que só quatro em cada dez mortes registradas como causadas por complicações de covid em 2020 foram efetivamente resultado da doença.
“A pandemia causou efetivamente cerca de 80 mil óbitos em 2020, 41% dos quase 195 óbitos registrados pelas Secretarias Estaduais de Saúde como decorrentes da Covid. Os outros 115 mil óbitos apontados como consequências da pandemia podem ter, na verdade, outras causas mortis”, diz trecho do relatório indevidamente inserido nas bases do TCU.
O TCU informou que o documento era uma análise pessoal feita por um servidor. “Ressalta-se, ainda, que as questões veiculadas no referido documento não encontram respaldo em nenhuma fiscalização do TCU”, disse o órgão.
Os dados chegaram a ser utilizados pelo presidente Jair Bolsonaro na 2ª feira para minimizar o coronavírus. O TCU emitiu nota no mesmo dia dizendo que nenhum relatório do Tribunal falava que o número de mortes pela covid era menor que o registrado.
Não é a 1ª vez que o presidente contesta a causa das mortes por covid-19. Bolsonaro afirma que há superdimensionamento nos números divulgados diariamente pelos órgãos oficiais dos Estados.
“Nós vimos no ano passado muitos vídeos mostrando parentes que diziam que não era morte por covid”, declarou.