Brecha nas urnas levou à compra de supercomputador pelo TSE
Uma brecha no sistema das urnas eletrônicas, descoberta durante testes entre 2017 e 2018, de acordo com o UOL, fez o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investir na compra do supercomputador que travou e atrasou a apuração do resultado das Eleições municipais, no último domingo (15).
Segundo a publicação, essa brecha foi encontrada por peritos da Polícia Federal (PF) enquanto eles participavam dos testes públicos de segurança no sistema da Justiça Eleitoral. Essas avaliações ocorrem a cada dois anos, com a presença de especialistas que tentam hackear a urna eletrônica e descobrir possíveis falhas no equipamento.
Após os testes de 2018, os peritos alertaram para a existência de uma brecha e recomendaram a mudança no sistema de soma dos votos, que na época dependia de servidores instalado em cada um dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do Brasil. A sugestão dada foi centralizar a contagem em apenas uma máquina, instalada em Brasília.
Conforme relatório da PF, a troca diminuiria a quantidade de alvos de possíveis ataques de 27 pontos de vulnerabilidade para somente um, reforçando a segurança de todo o sistema. Em relação a essa brecha, o TSE não deu maiores detalhes, limitando-se a informar que ela não chegou a ser explorada por hackers.
Supercomputador custou R$ 26 milhões
Acatando a recomendação, o TSE adquiriu o supercomputador Exadata X8, da Oracle, que custou R$ 26,2 milhões. Porém, o equipamento comprado em março só foi recebido em agosto, pouco tempo antes do pleito, impedindo a realização de todos os testes de desempenho necessários.
Com o grande volume de dados recebidos após o início da apuração dos votos, o algoritmo de inteligência artificial da máquina “engasgou”, pois só havia sido treinado com um banco de dados vazio, até então. A solução foi a mais simples possível: desligar e religar o computador.
Reiniciado o dispositivo, a IA funcionou da maneira esperada e realizou a contagem dos votos normalmente.