Antiga base de Bolsonaro forma bloco para apoiar Marinho contra Pacheco no Senado
PL, Progressistas e Republicanos reúnem 23 assentos do Senado Federal na próxima legislatura - o que equivale a pouco mais de 28% do total
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, fechou, na última quarta-feira (25), um acordo para a formação de um bloco parlamentar com Republicanos e Progressistas no Senado Federal. O grupo reedita aliança construída durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e nas últimas eleições presidenciais, quando a coligação foi derrotada pela chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O acerto foi comunicado após reunião entre Valdemar, o deputado federal Marcos Pereira (SP), presidente nacional do Republicanos, e a senadora eleita Tereza Cristina (MS), ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Bolsonaro e que será líder do Progressistas na casa legislativa.
O anúncio formal ocorrerá no próximo sábado (28), na sede do PL, também com a presença do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que foi ministro-chefe da Casa Civil no governo de Bolsonaro e está em viagem.
A construção do bloco busca dar musculatura à candidatura do senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) para o comando da casa legislativa. Ele enfrentará o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tido como favorito nos bancos de apostas.
Considerando o quadro após o resultado das urnas, em outubro de 2022, os três partidos somam 23 assentos no Senado Federal – o que equivale a pouco mais de 28% do total.
O PL havia conquistado 15 posições, mas perdeu uma com a saída de Jorginho Mello, que assumiu o governo de Santa Catarina. Sua primeira suplente, a senadora Ivete da Silveira é filiada ao MDB.
Favorito na disputa, Rodrigo Pacheco conta com o apoio do Palácio do Planalto e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em uma disputa que pode reacender a polarização das últimas eleições gerais. Para angariar apoios, Marinho adota um discurso de independência e protagonismo da casa.
As eleições para cargos da mesa diretora do Senado Federal pelo próximo biênio ocorrem em 1º de janeiro, quando se inicia a nova legislatura, com a posse dos 27 senadores eleitos em 2022. Vence quem conquistar ao menos 41 votos (ou seja, a maioria absoluta dos senadores).