Aliados de Bolsonaro temem que depoimento de hacker complique situação do ex-presidente

Uma fonte ligada à família de Bolsonaro classificou o depoimento de Delgatti como "devastação total"

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Aliados de Jair Bolsonaro temem que a situação do ex-presidente se complique diante do depoimento do hacker Walter Delgatti Netto à CPMI dos atos antidemocráticos nesta quinta-feira, no qual ele afirmou que o então chefe do Executivo lhe ofereceu um indulto em troca de colocar em dúvida a lisura das urnas eletrônicas e de assumir a autoria de um suposto grampo telefônico contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Duas fontes próximas politicamente ao ex-presidente reconheceram que as falas do hacker, ainda que precisem ser comprovadas futuramente pelas investigações, implicam Bolsonaro, que já vem sendo fragilizado em outras frentes desde que deixou o Palácio do Planalto. O ex-presidente foi tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e encara o avanço de investigações sobre 8 de janeiro e o caso da venda de joias recebidas como presente de governos estrangeiros.

Uma fonte ligada à família de Bolsonaro classificou o depoimento de Delgatti como “devastação total”. A avaliação é que já se sabia que seria ruim a fala para os bolsonaristas, mas o estrago foi maior do que se pensava.

Segundo essa fonte, apesar da necessidade de comprovação, as falas criam dificuldades perante a opinião pública e dá ainda mais margem para que o Judiciário siga em suas apurações contra o ex-presidente.

Essa fonte disse que o monitoramento da manhã nas redes sociais da chamada bolha bolsonarista mostrou um atordoamento e falta de reação às declarações do hacker.

A fonte admitiu que, se antes o cenário era que o ex-presidente só seria preso em caso de condenação irrecorrível, não se descarta mais uma detenção no curso de investigações.

“Se se torce para que o mandado de prisão seja cumprido depois de transitado em julgado, agora se tiver comprovação como no caso do hacker ou obstrução de Justiça pode sim gerar uma prisão imediata”, disse essa fonte.

Essa fonte lembrou ainda que a criação da CPMI foi uma estratégia da oposição para tentar colar no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a narrativa de que o Executivo facilitou e estimulou as ações de vandalismo no dia 8 de janeiro, inclusive patrocinando os atos, mas as investigações parlamentares viraram e só têm servido para acossar Bolsonaro e seu entorno.

Outra fonte admitiu as repercussões negativas das declarações do hacker para Bolsonaro. Contudo, disse que metade é mentira e a outra metade “não é verdade”, sem entrar em detalhes.

Até o final da tarde, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, não havia feito qualquer manifestação de apoio ao ex-presidente em suas redes sociais. Em ocasiões anteriores, Valdemar vinha sempre defendendo Bolsonaro de ataques.

Na segunda parte de seu depoimento, Delgatti preferiu permanecer em silêncio e não responder aos questionamentos de parlamentares de oposição. Essa atitude foi alvo de duras críticas dos deputados e senadores alinhados a Bolsonaro, que tentaram desqualificá-lo.

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Fonte dinheirama
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