Alcolumbre vê dificuldade para privatização da Eletrobras, que cai na Bolsa
Ações desvalorizaram até 2,41%
Opositores seriam do Norte e Nordeste
Correios teria mais aceitação na Casa
Disse que governo precisa de uma agenda
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse nesta 5ª feira (19.set.2019) que há resistência na Casa para uma possível privatização da Eletrobras. Os principais opositores viriam das regiões Norte e Nordeste. Para o senador, o governo deve ter uma agenda de privatizações, começando das mais fáceis e terminando com as mais difíceis.
“Em relação à Eletrobras, especialmente senadores do Norte e Nordeste, há 1 receio em autorizar a privatização. Se você me perguntar hoje qual seria a empresa que, com muita dificuldade seria privatizada, seria a Eletrobras”, explicou.
As declarações de Alcolumbre levaram à desvalorização dos papéis da estatal de energia na Bolsa de Valores de São Paulo. As ações da Eletrobras figuraram entre as maiores quedas da Bolsa nesta 5ª feira. As ações ordinárias desvalorizaram 2,41%, enquanto as preferenciais tiveram perdas de 1,39%.
Segundo o presidente do Senado, os Correios, por exemplo, estariam no pacote de empresas que encontrariam menos resistência entre os senadores para serem privatizadas. Alcolumbre afirmou haver uma sensibilidade muito maior entre os senadores para entregar a empresa à iniciativa privada. Já a estatal de energia seria do grupo das mais complicadas e deveria ser deixada para mais tarde.
“Quase todos os senadores [dessas bancadas] se manifestaram contrários à privatização da Eletrobras. Tem que ter uma agenda de privatizações….O Governo não tem base. A dificuldade é isso também”, afirmou.
O raciocínio é sobre a empresa principal, já que há 1 entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) de que as subsidiárias poderiam ser vendidas sem a anuência do Congresso. Se o movimento do governo se confirmar com o 1º item da pauta de vendas ser a Eletrobras, Alcolumbre espera dificuldades.
“Se o governo continuar insistindo a colocar a Eletrobras como primeiro passo, acho que ele pode acabar prejudicando as outras empresas estatais que seriam importantes para a nossa modernização“, avaliou.