Abraham Weintraub segue no Ministério da Educação
Pressões do STF e do Congresso, no entanto, ainda não foram superadas, na avaliação do Palácio do Planalto, que busca superar a crise
Após reunião com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, nesta segunda-feira (15) e demais ministros palacianos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu manter Weintraub como titular da pasta. O Planalto, no entanto, ainda considera que as pressões do STF e do Congresso pela demissão ainda não foram superadas e estuda uma saída para a crise.
A trajetória de Weintraub à frente da pasta acumula desgastes por conta de declarações polêmicas. A participação do ministro nos protestos deste domingo (14) na Esplanada foi considerada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) como a gota d’água. Ele voltou a atacar a Suprema Corte em encontro com manifestantes que furaram o bloqueio do DF na Esplanada, em momento em que a crise entre o Executivo e o Judiciário caminhava para uma trégua na última semana. Na noite de sábado (13), um grupo de manifestantes soltou fogos de artifício na direção do Supremo.
A situação do ministro já está complicada desde a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em Weintraub sugeria colocar os “vagabundos” do STF (Supremo Tribunal Federal) na cadeia. A fala gerou críticas de ministros da Corte e de parlamentares, além de respingar negativamente na opinião pública.
Durante a reunião, o próprio Weintraub lembrava que era um ministro “ativista”. Seus ataques nas redes resultaram em dezenas de processos na Justiça. Se sair do governo, o ministro perde o foro privilegiado e esses processos serão remetidos às instâncias inferiores.
No final de maio (28), Weintraub criticou ainda a operação da PF (Polícia Federal) sobre o inquérito das fake news. Ele chamou o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão, que foram realizados em endereços ligados a apoiadores de Bolsonaro, de Noite dos Cristais brasileira, em referência ao trágico dia do regime nazista.
O economista Abraham Weintraub está à frente do Ministério da Educação em abril de 2019, após a saída de Ricardo Vélez Rodriguez. Antes, ele foi secretário-executivo da Casa Civil. Ele é da chamada ala olavista, ou ideológica do governo, alinhada com os pensamentos do filósofo Olavo de Carvalho.
Weintraub é mestre em Administração na área de Finanças pela FGV (Faculdade Getulio Vargas), MBA e graduado em economia pela USP (Universidade de São Paulo).