VALE (VALE3): ação fecha em queda com minério depois de alerta da China, mas fecha longe das mínimas
Traders avaliam perspectivas de mais intervenção do governo no mercado após o último alerta da China sobre atividade especulativa
Após três sessões de alta, as ações da Vale (VALE3) voltaram a cair com a queda do minério no mercado internacional, ainda que se afastando das mínimas. Nesta terça-feira (21), os ativos fecharam com queda de 0,84%, a R$ 82,71, mas se afastando das mínimas do dia, de 2,24%, a R$ 81,54. Na véspera, VALE3 fechou em alta, mesmo em um dia de baixa para o minério.
Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian ampliaram as perdas nesta terça-feira, com os traders avaliando as perspectivas de mais intervenção do governo no mercado após o último alerta da China sobre atividade especulativa e contínuas restrições de produção nas principais cidades siderúrgicas.
O contrato futuro de minério de ferro para maio mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com queda de 2,22%, a 879 iuanes (US$ 127,80) a tonelada, após ter recuado 2,48% no dia anterior.
“Os principais fatores que pesaram nos preços (do minério de ferro) são as restrições de produção de siderúrgicas (no norte da China), induzidas pela proteção ambiental, e as incertezas quanto a políticas de controle em resposta aos preços altos”, disseram analistas da Huatai Futures em nota.
As cidades de Handan e Tangshan, no norte da China, dois grandes centros siderúrgicos, implementaram respostas de emergência de nível 2 em 17 e 20 de março, respectivamente, após uma previsão de forte poluição do ar nos próximos dias.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência em abril registrou uma queda de 0,6%, para US$ 124,75 a tonelada, o menor nível desde 6 de março.
“A flutuação (nos preços do minério de ferro) indica que o mercado está buscando uma direção clara em meio a fatores mistos no momento”, disse Yu Chen, analista sênior de minério de ferro da consultoria Mysteel em Xangai.
O Bradesco BBI avalia que, apesar do governo chinês alertar contra a especulação do preço do minério de ferro, vê os fundamentos do mercado de minério de ferro como saudáveis, à medida que entrará um período de demanda mais forte (segundo trimestre), enquanto a oferta é sazonalmente fraca e os estoques mantidos pelas siderúrgicas estão em níveis muito baixos, sustentando preços fortes.
No fim da semana passada, o Itaú BBA elevou a recomendação das ações da mineradora para a equivalente à compra, após a recente desvalorização dos papéis – levando a uma proposta atrativa de risco/retorno – e somada com a avaliação de que a dinâmica do mercado de minério de ferro deve persistir apertada nos próximos meses, com sinais de melhora da siderurgia na China, ainda que com os alertas do país para conter a especulação. A estimativa de preço médio do minério de ferro para 2023 subiu de US$ 105 a tonelada para US$ 115.
(com Reuters)