“Temos que descobrir como usá-la no contexto correto”, diz CEO do Google sobre IA generativa
Sundar Pichai, que comanda a companhia desde 2015, afirmou que, embora promissora, a IA generativa ainda precisa de tempo e pesquisa para aperfeiçoamento
Nesta semana, o Google fez uma série de anúncios que envolvem inteligência artificial generativa, o modelo de programação que cria conteúdos com base em comandos. O movimento da companhia-mãe Alphabet (GOGL34) vai de encontro a outros players do mercado, como a Microsoft (MSFT34), que têm feito investimentos massivos nesta tecnologia, apontando ser esse o futuro da geração e circulação de conteúdos pela internet.
Em entrevista ao portal americano The Verge, o CEO do Google, Sundar Pichai, que comanda a companhia desde 2015, afirmou que, embora promissora, a IA generativa ainda precisa de tempo e pesquisa para aperfeiçoamento. Para ele, o nível de alucinação — termo usado para se referir às respostas fora de contexto — ainda depende de progressos, mas não impede que ela já seja usada por certos setores.
“Temos que descobrir como usá-la no contexto correto. Por exemplo, se você está pesquisando qual é a dosagem de Tylenol para uma criança de três anos, não é ok alucinar nesse contexto. Considerando que se você está apenas dizendo ‘me ajude a escrever um poema sobre algum assunto’, tudo bem a IA errar. O que quero dizer sobre acertar é resolver esses detalhes”, apontou.
Um dos anúncios recentes foi o da integração da tecnologia de inteligência artificial no motor de busca, que é o principal negócio do Google. Essa novidade, porém, chega bem depois da empresa de Bill Gates, que já inseriu o ChatGPT no navegador Edge e no motor de buscas Bing, tornando-a precursora do sistema e abrindo espaço para questionamentos sobre a agilidade do Google.
“Acho que levamos algum tempo para acertar e, para nós, isso foi importante. Acho que foi importante dado que nossos produtos são usados por muitas pessoas, e em momentos importantes, então achei importante acertar. Para mim, foi só isso. Digamos que você volte até a internet: o Google nem estava lá quando a mudança na internet aconteceu. Então, acho que há essa noção de que uma das mudanças mais profundas da plataforma no primeiro dia é o que a define”, avaliou.
Com larga experiência no setor de tecnologia, especialmente na big tech, onde atua há 20 anos, Pichai também falou sobre as críticas que os aplicativos de IA generativa têm recebido em relação à propriedade intelectual. Isso porque, em muitos casos, os programas usam referências de conteúdos já produzidos por outros artistas — sejam eles em texto, música ou imagem — para criar um segundo elemento.
Em vários países do mundo, esse assunto tem levantado a discussão sobre remuneração dos artistas, quando seus materiais são usados como fonte para a produção de arquivos digitais.
“No caso do YouTube, a gente já faz, claramente, diretamente, mas também acho importante nesses momentos. Não somos o único jogador. São grandes rupturas que estão por vir. Nosso objetivo será ajudar a indústria da música a fazer parceria com eles e ajudá-los”, declarou.