Resgates líquidos de fundos multimercados perdem força em março, após dois meses de saques de quase R$ 20 bilhões

Em 2022, captações líquidas dessa classe seguem no negativo em R$ 41 bilhões; fundos de previdência registram pior saída líquida desde abril de 2021

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Depois de registrar grandes montantes de saídas líquidas – ou seja, resgates maiores do que captações – de quase R$ 20 bilhões entre janeiro e fevereiro deste ano, os resgates líquidos de fundos multimercados perderam força em março.

Isso porque, no mês passado, os saques líquidos somaram R$ 6 bilhões, montante três vezes inferior aos R$ 19 bilhões de resgates líquidos vistos no primeiro mês deste ano, por exemplo, e aos R$ 17,1 bilhões registrados em fevereiro. Os dados são da Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Embora os saques líquidos dos multimercados tenham perdido força em março, a situação ainda não é das melhores para essa classe de fundos. No acumulado do ano, as captações líquidas da classe seguem no negativo em R$ 41 bilhões.

Tal movimento, no entanto, não é exclusivo de fundos multimercados. Apesar de uma valorização da Bolsa de Valores no acumulado do ano, o maior otimismo não tem se refletido em fluxo positivo para fundos de ações, que continuam no negativo em termos de captação líquida. Em março, por exemplo, os resgates líquidos dessa classe de fundos seguiram aumentando e chegaram a R$ 12,8 bilhões. Entre janeiro e março deste ano, a captação líquida dos fundos de ações também é negativa e alcança os R$ 31,9 bilhões.

Movimento semelhante também é registrado entre fundos de previdência, que acumularam resgates líquidos de R$ 2,3 bilhões em março. Esse é o pior valor de saídas líquidas registrado desde abril do ano passado. No acumulado dos três primeiros meses do ano, a situação também não é muito diferente, com os resgates líquidos chegando a R$ 3,2 bilhões.

Março no positivo

Enquanto algumas classes de fundos sofreram perdas expressivas no mês passado, fundos de renda fixa, cambiais, além de fundos que aplicam em direitos creditórios (FIDCs), com investimento em participações (FIPs) e ETFs (fundos de índice) seguiram na direção oposta: com as captações líquidas terminando março no azul.

O destaque foi para os fundos de renda fixa. Desta vez, os depósitos líquidos chegaram a R$ 43,4 bilhões, acima dos R$ 28,3 bilhões registrados em fevereiro. Em 2022, a captação líquida desses tipos de fundos chega a R$ 109,2 bilhões.

Da mesma forma, o fluxo ficou positivo para fundos cambiais, com as entradas líquidas chegando a R$ 343,2 milhões. Entre janeiro e março deste ano, as captações líquidas também estão positivas em R$ 1,4 bilhão.

Foram ainda registradas mais entradas do que saídas em ETFs, que terminaram março com os depósitos líquidos chegando a R$ 392 milhões. Já no acumulado do ano, a situação se inverte e os resgates são maiores do que as captações e por isso, as saídas líquidas chegam a R$ 2 bilhões.

Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), além de fundos que aplicam em direitos creditórios também terminaram o mês de março com entradas líquidas de R$ 1,3 bilhão e de 12,1 bilhões, respectivamente. No ano, ambos estão no azul, com captações líquidas de R$ 3,8 bilhões e de R$ 9,8 bilhões.

Rentabilidade

No quesito retorno, os destaques do mês ficaram por conta de fundos de ações do tipo small caps, ou seja, que investem em empresas com menor valor de mercado, com alta de 7,70%. Já no acumulado de 2022, os fundos do tipo mútuos de privatização (FMP-FGTS) ficaram com a liderança de rentabilidade, ao avançar 21,92%.

Em contrapartida, os desempenhos mais negativos no mês e no acumulado deste ano foram registrados por fundos de renda fixa dívida externa, que recuaram 8% e 17,32%, respectivamente.

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Fonte infomoney
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