PIB brasileiro do 2º tri, “payroll” e precificação de oferta do IRB (IRBR3): o que acompanhar na semana
Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana
Semana de virada de mês atribulada de indicadores financeiros. Os números da economia brasileira e internacional se confundem com uma bateria de pesquisas eleitorais, faltando pouco mais de um mês para as eleições presidenciais. No Brasil, destaque para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre. Nos Estados Unidos, para os dados do mercado de trabalho.
O Monitor do PIB, da Fundação Getúlio Vargas, aponta para uma expansão trimestral de 1,1% do PIB brasileiro entre abril e junho deste ano. Já o consenso Refinitiv prevê um crescimento pouco mais moderado, de 0,9%.
O UBS BB, que projeta alta de 1,3%, destaca que o crescimento da economia no período foi puxado pelo setor de serviços. No entanto, prevê uma queda do PIB no terceiro trimestre, refletindo o aperto monetário no país. O Itaú projeta crescimento de 1,1%, com os três principais segmentos – agricultura, serviços e indústria – crescendo na margem.
“O PIB deve registrar um crescimento robusto, próximo do verificado nos primeiros três meses do ano. O resultado deve ser puxado pelo setor de serviços, do lado da oferta, e pelo consumo das famílias, na ótica da demanda”, escreveram os analistas do Bradesco.
No dia seguinte à divulgação do PIB, sexta-feira (2), sai a produção industrial do mês de julho. O consenso Refinitiv aponta para uma variação mensal positiva de 0,5% e uma queda de 0,3% na comparação anual. “Prevemos alta de 1%, com números positivos tanto do segmento de manufaturas quanto do extrativista”, diz relatório do Itaú.
Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que deveriam ter saído na semana passada, foram adiados para esta segunda-feira (29). O Itaú continua projetando uma estabilidade no nível de emprego. A pesquisa PNAD contínua, por sua vez, será divulgada na quarta-feira (31). O UBS BB prevê que a taxa de desemprego de julho recue 30 pontos-base em relação a junho, para 8,8%.
Dados de emprego também são destaque nos EUA
O mercado continua tentando prever os próximos passos do Banco Central dos Estados Unidos. Na última sexta-feira, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deu seu discurso no simpósio de Jackson Hole e o humor do mercado azedou. O chairman reafirmou o compromisso da autoridade monetária em relação ao controle da inflação e afastou o tom dovish que havia adotado na última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Para os analistas, as chances de uma nova alta de 75 pontos-base nos juros americanos cresceram. Nesta segunda-feira, os agentes devem acompanhar o discurso da vice-presidente do Federal Reserve, Lael Brainard, a procura de novos indícios sobre a atuação do Fed.
Na agenda de indicadores, destaque para os números do mercado de trabalho americano. A maratona começa na terça-feira (30), com o relatório JOLTS, de oferta de empregos. Na quarta, retorna a pesquisa ADP, sobre criação de vagas no setor privado. O consenso Refinitiv aponta para a abertura de 200 mil posições em junho.
Por fim, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgará, na sexta-feira (2), o payroll. A média das projeções do mercado aponta para a criação de 285 mil vagas de emprego em agosto, quase metade do registrado um mês antes. A taxa de desemprego deve permanecer em 3,5%. Já a média de salários deve aumentar em 0,4% na comparação com o mês anterior.
“O mercado estará de olho no ritmo da desaceleração da criação de novos postos de trabalho e no desempenho dos salários”, diz a análise do Bradesco.
Na Europa, atenção para dados de inflação
Os principais indicadores de inflação da zona do euro serão divulgados nos próximos dias, em um momento no qual o Banco Central Europeu aperta sua política monetária para segurar alta dos preços. O índice ao consumidor vai ser divulgado na quarta-feira (31) e a expectativa é que a inflação anual passe a 9%.
Já o índice de preços ao produtor do bloco europeu está previsto para sexta-feira (2). O consenso Refinitiv aponta para um crescimento de 3% em julho na comparação com junho. Assim, o índice passaria a acumular alta de 37% em 12 meses.
Precificação de oferta do IRB e conversão de BDRs do Inter
Na quarta-feira (1), ocorre a precificação da oferta subsequente do IRB (IRBR3). A oferta consistirá na distribuição pública primária de, inicialmente, 597.014.925 novas ações, com esforços restritos de colocação, a ser realizada no Brasil, com esforços de colocação no exterior. A operação será limitada a R$ 1,2 bilhão.
Nesta segunda-feira, os BDRs da Inter & Co, dona do Banco Inter, passarão para o nível 2 da B3 e mudarão de ticker: de INBR31 para INBR32. As empresas que negociam BDRs nível 2 precisam ser registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com esse upgrade, além da bolsa, os papéis podem ser negociados em mais locais, como mercados de balcão organizados.