Petróleo cai mais de 5% e brent fica abaixo dos US$ 80 o barril com preocupações com economia global e Covid na China
Ambos os índices de referência WTI e brent já tinham recuado mais de 4% na terça-feira.
O petróleo caiu acentuadamente nesta quarta-feira (4), depois de ter registrado recuo na sessão anterior, sobrecarregado por preocupações com a demanda fraca devido ao estado da economia global e aos crescentes casos de Covid na China.
Os contratos futuros do Brent para março caíram 5,19%, para US$ 77,84 o barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) para fevereiro recuou 5,32%, a US$ 72,84.
Ambos os índices de referência já tinham recuado mais de 4% na terça-feira.
“As preocupações com o estado da economia global estão no centro das atenções dos traders e permanecerão assim no futuro próximo”, disse Stephen Brennock, analista da PVM Oil.
Em destaque, a manufatura dos EUA contraiu ainda mais em dezembro, caindo pelo segundo mês consecutivo para 48,4, de 49,0 em novembro, na leitura mais fraca desde maio de 2020, informou o Institute for Supply Management (ISM).
Ao mesmo tempo, uma pesquisa do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou que as vagas de emprego caíram em 54 mil, para 10,458 milhões no último dia de novembro, levantando preocupações de que o Federal Reserve usaria o mercado de trabalho apertado como motivo para manter as taxas mais altas por mais tempo.
O governo chinês também aumentou as cotas de exportação de derivados de petróleo refinado no primeiro lote para 2023, sinalizando expectativas de fraca demanda doméstica.
“O setor energético segue o declínio acentuado de ontem ao iniciar este novo ano com um desempenho extremamente fraco”, disse Jim Ritterbusch, da Ritterbusch and Associates, que acrescentou que os casos de COVID-19 da China estão entre os principais obstáculos aos preços do petróleo.
Dados da China mostraram que, embora nenhuma nova variante tenha sido encontrada por lá, o país não apresentou realmente quantas pessoas morreram em seu recente surto de rápida propagação, disseram autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Enquanto isso, a Arábia Saudita, maior exportadora mundial de petróleo, pode reduzir ainda mais os preços de seu carro-chefe Arab Light para a Ásia em fevereiro, depois de terem atingido a mínima de 10 meses para este mês, já que as preocupações com o excesso de oferta continuaram a obscurecer o mercado.
A chefe do Fundo Monetário Internacional alertou que grande parte da economia global terá um ano difícil em 2023, já que os principais motores do crescimento global –Estados Unidos, Europa e China– estão experimentando um enfraquecimento da atividade.
(com Reuters)