Microsoft (MSFT34) e Alphabet (GOGL34): Gigantes trazem alertas sobre economia dos EUA em seus balanços e derrubam Nasdaq

Recuo de faturamento com publicidade do Google e menor crescimento do serviço de nuvem da Microsoft acendem “sinal vermelho”

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A Nasdaq, entre os três principais índices americanos, teve a principal queda desta quarta-feira (26). Enquanto o Dow Jones ficou quase estável e o S&P 500 caiu 0,74%, o índice das companhias de tecnologias recuou 2,04%.

Esse movimento vem após Alphabet (GOGL34), controladora do Google, e Microsoft (MSFT34), duas gigantes do setor de tecnologia, terem divulgado seus resultados do segundo trimestre de 2022 na noite de ontem. As ações da Microsoft caíram 7,72% e as da Alphabet, controladora da Google, 9,14%.

Em comum para as duas companhias, o temor de que o desaquecimento da economia americana, bem como a de outros importantes países ocidentais, pode impactar (ainda mais) os números no futuro.

“A Google cai após o seu resultado desapontar as estimativas. A controladora disse ainda que diminuiria as contratações e controlaria as despesas, sinalizando estar se preparando para tempos difíceis à medida que a economia desacelera”, explica a XP Investimentos, em relatório.

A companhia registrou um lucro por ação de US$ 1,06 entre julho e setembro, ante consenso de US$ 1,25 da Refinitiv e de US$ 1,40 do mesmo período do ano anterior.

A receita totalizou US$ 69,09 bilhões, alta de 6,10% na base anual, o que configura o pior crescimento desde 2013. A receita do Google Search cresceu 4,2%, para US$ 39,5 bilhões, abaixo das previsões de alta de 8%. Além disso, um dos principais braços da companhia, o de publicidade, registrou na comparação ano a ano um recuo de 2% do faturamento, que foi a US$ 7,07 bilhões.

Com o aumento de juros para conter a inflação, investidores, e as próprias companhias, projetam que o futuro pode não ser tão fácil.

No caso da publicidade, ponto forte da Alphabet, o consumo é diretamente impactado pelo crédito mais caro. Se há queda do crédito, há um recuo do consumo e, decorrentemente, menores gastos das companhias anúncios.

“A Alphabet, controladora do Google, relatou um conjunto de números fracos no terceiro trimestre, com perdas em todos os segmentos. Entre os pontos a ressaltar, as receitas com publicidade ficaram 5% abaixo de nossas estimativas, com números ruins tanto no braço de ‘Busca’ quanto no YouTube”, comenta o Itaú BBA.

As margens, segundo o banco, também decepcionaram, com a operacional ficando em 25%, ante 32% no mesmo período de 2021.

No caso da Microsoft, os analistas destacam que a companhia até conseguiu trazer um resultado em linha com o esperado no terceiro trimestre.

O lucro por ação ficou em US$ 2,35, ante US$ 2,30 projetados. Os US$ 17,56 bilhões somados, contudo, foram 14% menores do que aquilo registrado na mesma etapa de 2021.

O destaque negativo, neste caso, foi a revisão, pela própria companhia, do seu guidance para baixo tanto na venda de computadores quanto no seu sistema de nuvem – sendo que este vem sendo o seu grande vetor de crescimento.

“Apesar do resultado bem em linha, o que pegou foi o guidance, em especial o da Azure, que traz uma desaceleração do crescimento em 500 pontos-base em moeda constante no próximo trimestre [para 37%] após 400 pontos de desaceleração neste último [a 42%]”, dizem os especialistas do banco.

O temor dos analistas, e dá própria Microsoft, é que a computação em nuvem, especialidade da Azure, pode ser fortemente impactada pela desaceleração econômica. Os serviços de cloud, que são apostas de várias big techs, costumam lucrar diretamente em cima do consumo, cobrando taxas pelas transações e pela troca de dados realizadas pelas companhias.

A Microsoft sinalizou US$ 52,35 bilhões a US$ 53,35 bilhões em receita para o segundo trimestre fiscal, crescimento de 2%. Analistas consultados pela Refinitiv esperavam receita de US$ 56,05 bilhões. Ela ainda sugeriu margem operacional de 40%, menor do que o consenso de 42% de especialistas consultados pela StreetAccount.

“O resultado negativo do Google demonstrou que as empresas estão gastando menos com propaganda e marketing, o que traz um mercado menos resiliente. A Microsoft também cresceu menos do que o esperado. O mercado, neste momento de alta dos juros e ambiente econômico desafiador, está buscando eficiência operacional nas companhias e os resultados negativos demonstram que há menos resiliência mesmo nas gigantes da tecnologia”, explica Guilherme Zanin, analista da Avenue.

Com o faturamento das companhias estremecendo, a Nasdaq cai hoje apesar, inclusive, do recuo considerável dos treasuries yields – o que é difícil de se ver, uma vez que as empresas de tecnologia são as mais sensíveis aos juros mais altos.

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Fonte infomoney
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